28 de abril de 2024
Coronavírus

O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO DA MEDICINA

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Impressão, nascer do sol (1872) – Claude Monet – Museu Marmottan Monet, Paris

A crise médica, social e econômica, trazida por uma nova doença que ninguém saiba como tratar, mudou  pessoas, e logo vai também mostrar outros efeitos.

Só não há, quem afirme com segurança, se haverá alterações no pensamento do homem.

O que era aceito antes do grande espirro que veio do oriente, continuará, como sempre, igual, à espera do próximo flagelo?

Em todos os balanços parciais, já se percebem sinais que muitos terão que procurar alternativas, em outros meios de vida.

Profissões serão reinventadas, ou simplesmente desaparecerão, se já não o fizeram, numa viagem sem volta.

Distanciada, isolada.

Horizontal, vertical.

Perpendicular, tangenciada. Como for.

Universal e ubíqua.

Humana.

A vida que volta, já está alterada.

Avanços são percebidos na profissão que sempre esteve mais próxima dos sofrimentos e das catástrofes.

A Medicina deve seus maiores enriquecimentos e avanços, às guerras e desastres naturais.   

Na linha de frente.

No palco mundi.                                                             

Na zona do agrião.

Nos conflitos mais sanguinários surgiram soluções que salvam muito mais que os muitos que tombaram nos campos de batalha.

Findos os embates, não será diferente desta vez.

A telemedicina perderá a aura de impessoal e sem alma,  e será aceita, despida de  preconceitos.

A prática médica ganhará em eficiência e segurança.

Ou alguém tem dúvida que em epidemias futuras, os médicos, enfermeiros e terapeutas não tratarão melhor os enfermos, à distância e protegidos?

Cuidadores sem equipamentos de proteção individual, direto dos seus home offices.

Robôs cirurgiões que já começam a operar com auxiliares mecatrônicos, serão seguidos por intensivistas de liga metálica, braços articulados, sensores, câmeras e visores, cuidando bem melhor do paciente de carne e osso, em estado crítico.

Qual a dificuldade de se fabricar equipamentos com inteligência artificial, para acompanhar parâmetros, corrigir doses, retirar ou acrescentar medicações, na necessidade e ritmo da evolução da doença?

Camas que mudem o decúbito e até higienizem os pacientes, com mais esmero  que um contemporâneo e penoso banho no leito?

Laudos e diagnósticos conclusivos, sem interferências pessoais, das imagens recebidas em tempo real e contínuo.

O futuro sempre começa ontem.

A última fronteira da ética será alcançada pelas máquinas alimentadas por algoritmos, histórias de vida e perspectivas de porvir saudável, produtivo e prazeiroso, que em ambiente de paz, desligarão automaticamente quando a hora final chegar.

Sobreviventes, viveremos um novo mundo.

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Pôr do sol em San Giorgio Maggiore, Veneza (1907) – Claude Monet – Museu Nacional de Cardiff, Reino Unido

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