1 de maio de 2024
Direto de Brasília

Paulo Guedes mandou retirar tributação de recursos em offshore da reforma do Imposto de Renda

  Brasília, DF, 14ª Reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), no Ministério da Economia, bloco KNA FOTO: Ministro da Economia, Paulo Guedes FOTO: EDU ANDRADE/Ascom/ME Do Antagonista  A situação de Paulo Guedes é insustentável. Em julho, durante evento para debater a reforma do Imposto de Renda e dividendos, o ministro da Economia defendeu que se retirasse do projeto a regra que tributaria recursos de brasileiros em paraísos fiscais. Na ocasião, alegou que a discussão complicaria o debate sobre o texto.
“Ah, ‘porque tem que pegar as offshores’ e não sei quê. Começou a complicar? Ou tira ou simplifica. Tira. Estamos seguindo essa regra”, disse Guedes.

Relator do projeto, o deputado Celso Sabino, que migrou do PSDB para o PSL, chegou a recolocar o dispositivo, alegando que a taxação de recursos em offshores compensaria “com folga” a redução de impostos.

Segundo o Banco Central, até o fim de 2019, mais de 60 mil pessoas físicas residentes no Brasil mantinham no exterior US$ 192,6 bilhões (mais de R$ 1 trilhão), em ativos declarados.

Depois de uma reunião com Guedes, Sabino acabou retirando finalmente o artigo, que previa cobrança mesmo se o dinheiro não fosse repatriado e deveria compor a declaração de ajuste anual do Imposto de Renda.

Segundo o texto, até o rendimento resultante de variação cambial deveria ser tributado por ser considerado ganho de capital.

Documentos vazados por veículos do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICJI) mostram que Guedes, sua mulher e a filha possuem uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal do Caribe.

Em 2015, a offshore tinha US$ 9,5 milhões. Durante sua gestão, a variação cambial permitiu um ganho de aproximadamente R$ 14 milhões.

 

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