30 de abril de 2024
Comportamento

PESSOAS SEM CÉREBRO

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Os quase setentões e todos aqueles que não tiveram em seus currículos escolares, o conteúdo Fundamentos da Teoria de Gêneros, estão enfrentando dificuldades para entender o mundo moderno.

E as pessoas que passaram a habitá-lo nos últimos anos.

Não bastassem a moda, os costumes e tantos produtos unissex, notar diferenças, antes tão evidentes, tornou-se jogo perigoso.

De costas, não se sabe mais quem é o padre; quem é o vaqueiro.

Qualquer falta de atenção é motivo para gafes, saias justas e calças apertadas.

E acusações do crime hediondo, de discriminação sexual.

Ouvidos acostumados a separar as ondas com frequências graves das agudas, agora precisam de treinamento para detecção dos falsetes, já nas primeiras palavras de um diálogo coloquial.

A análise crítica do que é original e o que foi enxertado é também necessária.

Desconfie-se das comissões de frente que fazem todas clones de Jayne Mansfield, nutridas à base de leite tipo A.

Um discreto desvio do olhar, para a  região cervical da interlocutora,  pode ser de boa valia.

É ainda grande o percentual do(a)s que não conseguem disfarçar aquele pontiagudo acidente anatômico que só não resiste aos elegantes echarpes que caem bem nas noites frias nas serras semi-áridas do agreste e sertão.

Mas atenção.

Os pomos salientes estão com as noites contadas.

Os cirurgiões estéticos e os shavings das proeminências laríngeas têm amenizado o problema.

As avançadas técnicas de feminilização facial completam o serviço.

O profeta Stanislaw Ponte Preta já clamava, nas areias desertas de Ipanema, que o então chamado terceiro sexo  estava próximo de tomar o lugar do segundo.

Agora não se sabe se ainda existe um primeiro, e se pertence aos filhos de Adão.

Lalau só não conseguiu prever que a colocação seria disputada por tantos, tantas e tantes, com suas complicadas denominações e arco-coloridas siglas.

Originais, congênitas, adquiridas  e adaptadas não têm se entendido, sobrando para quem sempre soube o que era pedra e qual pau era pau de verdade.

É de bom alvitre e juízo aprumado que se acostume logo a não jogá-las no mesmo balaio de gatas.

Pelo que se tem visto, as aparências continuam a enganar desligados e incautos.

Esta incógnita só será  bem resolvida se a igualdade resultar de uma complexa equação sexual.

Quem parece, não é e não quer ser chamada do que faz tanto sacrifício para parecer.

Tudo que exigem agora, é serem conhecidas simplesmente como pessoas.

Um golpe mortal no machismo e na misoginia.

A genética mendeliana já garantia a elas, de nascença, uma pequena vantagem numérica.

Agora com a adesão voluntária da multidão que sofre a mutação fenotípica artificial, alcançaram  maioria inconteste.

Aos que já perderam a guerra dos sexos, resta obediência e honras às vencedoras.

Fica a dúvida.

Se uma certinha boazuda deve ser tratada como  uma pessoazona com vagina ou uma pessoa com um vaginão.

O melhor, é organizar logo o MPSV.

Movimento das Pessoas Sem Vagina.


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Andrógino – 
Ismael Nery (1900-1934)

One thought on “PESSOAS SEM CÉREBRO

  • Geraldo Batista de Araújo

    Tudo nos conformes como manda o bom gosto.

    Resposta

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