POR QUE TORÇO PARA LULA NÃO SER CANDIDATO
Há um ano, a torcida de Hélio Schwartsman saiu das páginas da Folha para ocupar espaços nas discussões sobre a pandemia, na crista da primeira onda.
Sem adjetivos que indicassem sentido figurado, a palavra final mostrava seu peso, na carga de tabu que a velha senhora carrega sobre os ombros encurvados.
Dizem ser a libitina, a responsável maior pela Filosofia que só existe por sua causa, certeza e enigma.
O que foi externado no polêmico artigo, entendido como ódio, continuou sendo destilado nas redes sociais, acrescido de multiplicados e repetidos motivos.
“O sacrifício de um indivíduo pode ser válido, se dele advier um bem maior”.
A justificativa ética, a mesma das antigas religiões e modernos fanatismos que aceitavam e acreditam nos poderes do sacrifício humano, não foi acolhida, nem se fez realidade.
A doença do Presidente Bolsonaro, motivo do desejo mórbido, foi branda e a convalescença, curta.
A Ciência não parou de procurar a cura. Achou a maneira de convivência sob cautelas e proteção das vacinas.
Mundo afora, os responsáveis pelo enfrentamento do inimigo comum começaram a ser avaliados pelo voto popular, antes do julgamento da História.
Na Nova Zelândia, a primeira-ministra Jacinda Ardern foi reeleita com o dobro de votos dados à oposição.
Donald Trump, o mais poderoso de todos os homens, acabou substituído contra as previsões, derrotado em poucos meses, pela própria arrogância e cegueira científica.
A vida seguiu seus caminhos incertos e trouxe a nação brasileira a uma nova encruzilhada, no momento em que a segunda intifada, ainda mais violenta, perde forças.
O novo tempo de planejar a restauração chega na hora da troca do condutor.
Que o próximo seja moderado e saiba encurtar distâncias entre extremos.
Que não atice ainda mais o fogo das paixões que queimam as últimas esperanças.
Que saiba usar unguentos para cicatrizar as feridas abertas nos seios e nas almas das famílias.
Torço que seja premonição, o exemplo que vem do Norte.
Que a vitória sobre o obscurantismo ilumine o artigo não escrito na lei: duas vezes, bastam.
Quatro anos depois de deixar o cargo, Barack Obama contava 60.
Os democratas não tinham um candidato com maior potencial de votos, mesmo assim foi encontrada uma terceira via, no secular sistema eleitoral de apenas dois partidos.
O adversário já havia sido pré-derrotado pelo despreparo, descontrole e teimosia.
Comentário curto e
grosso em cima dos petralhas
Comentário curto e grosso
É assim!