PORQUE MULHER MATA MARIDO
Esqueçam a régua e o compasso.
No mundo da globosfera, o caminho cada um mesmo traça.
Fazer o que nunca foi ensinado, e aprender fazendo.
Caminhos e atalhos para atingir a maior parcela possível do público.
A princípio, pessoas dispostas a gastar dois minutos do precioso líquido temporal com a visão de alguém com quem vem estabelecendo relação de leitor diário, sobre fatos já divulgados, estórias e reflexões.
Os furos e a primeira mão, cada vez mais, bastardos.
De mais valor neste mercado persa da 4, a publicação em sites estruturados que checam a veracidade da notícia, e conferem credibilidade antes do incontrolável encaminhamento.
Objetividade e pouco floreio para fazer entender a mensagem, por mais complexa, em 140 toques.
Na ponta do dedo que um dia, cansado de tanto esforço repetido, acabará em LER.
Tudo começa ou termina no título.
Nele, a distância entre virar ou rolar a página.
Se o querido leitor de todo gênero chegou até aqui, é porque ficou curioso em saber do machocídio.
Está no frontispício e foi o pegão repetido pelas ruas da cidade-presépio, há cinquenta anos, pelos gazeteiros.
Quando os jornais davam-se ao luxo de não ter assinantes.
Vendas avulsas ou por freguesia, com pagamentos semanais, direto ao entregador das notícias do dia anterior, nas madrugadas subequatoriais.
Quando nada de novo acontecia na pacata cidade orgulhosa de ter em cada esquina, um poeta, em cada rua, um jornal, para turbinar as vendas, a manchete falsa, anti-bóia, não falhava.
Por mais leitores, os ficcionistas da redação do Diário de Natal, transformaram a 2 de novembro no ‘french quarter’ de Nova Orleans.
O medo do vampiro multiplicava visualizações (sobrenaturais) e fazia trabalhar mais rápido, as rotativas.
Hoje, o mesmo conselho para fisgar pelas guelras, o errante leitor, navegante sem bússola nem astrolábio.
–Acertem no título.
O post vai bombar.
(Com alterações, este texto foi publicado em 12/12/19)