Pra terceirizar responsabilidade, Bolsonaro troca Ministro de Minas e Energia mais uma vez
Por Miriam Leitão
A queda do ministro Bento Albuquerque é mais um truque do presidente Bolsonaro para tentar se livrar da impopularidade da inflação e do aumento dos combustíveis.
Essa elevação do diesel, de 8,8%, bateu muito mal entre caminhoneiros. Ele, em live, pediu para que não houvesse aumento.
Mas evidentemente ninguém aumenta combustível sem avisá-lo.
Ele sabe, finge surpresa, corta uma cabeça e depois passa para os seus seguidores que a Petrobras é que é culpada.
Das três quedas por causa do aumento de combustíveis – dois presidentes da Petrobras e um ministro – dois são oficiais generais.
Um era o general, o Silva e Luna, e outro almirante. A ideia de que os militares seriam os melhores gestores, o próprio Bolsonaro derruba.
O economista Adolfo Sachsida é muito ligado ao ministro Paulo Guedes que o levou para o governo.
Sempre foi discreto, mas dificilmente irá para o Ministério para segurar preço de combustível.
Ele não acredita em controle de preços. Mas ao mesmo tempo é muito disciplinado e seguidor das orientações do governo, está com Bolsonaro antes mesmo da posse e comandou parte da política da transição.
O economista pode tentar implantar algum mecanismo para atenuar os preços, através de um fundo, mas sabe dos limites fiscais. E não existe milagre.
Tudo isso indica que é mais um jogo de cena do presidente olhando o palanque eleitoral.