2 de maio de 2024
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A Advinha (1594) – Caravaggio – Museus Capitolinos, Roma


Quando há dois anos, no frenesi da curva ascendente da primeira onda de contaminação, pululavam números vomitados por cientistas de todos os matizes, com previsões ainda mais catastróficas que a terrível realidade, o raciocínio lógico foi retomado pela via menos esperada.

Foi preciso a intervenção do jornalista e matemático amador Cassiano Arruda, para puxar a brida da junta de jumentos que conduzia a desenfreada caravana midiática, com uma constatação de menino que vê a nudez do rei:

Conta errada é conta errada. Seja feita pelo pós-doutor de Harvard, ou pelo ex-aluno de Dona Maroquinha.

Previsões sempre  estão sujeitas a desvios do resultado, digamos, almejado.

Ábacos, nomogramas e elocubrações acadêmicas do Imperial College ou simples cisma de um vendedor experiente, podem levar ao mesmo resultado equivocado.

Em acertos de mistérios insondáveis, invicto, só se tem notícia de Michel de Nostredame.

O vendedor de planos de saúde, confiou somente em suas próprias premonições para prever o insucesso da rede internacional de supermercados, a primeira de origem popular francesa, que aportou  em Natal,  há bons 25 anos.

Quando os gauleses do pelotão precursor chegavam para sua instalação,    havia uma preferência pela empresa cooperativa de assistência médica.

O novo cliente estava praticamente nas mãos, dependendo de alguns ajustes contratuais.

Escolhido o campeão de vendas para trabalhar o  potencial consumidor que já havia recrutado centenas de colaboradores, relatórios das visitas e tratativas eram cobrados com frequência, pela diretoria.

Quando as informações começaram a rarear, foi  o sinal que a negociação estava entrando em banho-maria.

A loja já havia sido inaugurada há algum tempo, e nada de uma definição.

Tudo só foi explicado pelo tarimbado salesman com uma previsão pra lá de pessimista, em sua primeira incursão globalizada:

Aquele negócio é sem futuro. Não dou três meses e eles fecham as portas.

A Advinha (1595) – Caravaggio – Museu do Louvre, Paris.

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