3 de maio de 2024
Coronavírus

RECEITA CHINESA

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Esgotadas as desculpas da herança maldita deixada por governos anteriores, até dos que emprestou apoio e participação, a Governadora Maria de Fátima tem agora um novo culpado por não ter feito como prometido.

Desta vez, o vilão, réu confesso, não  divide conta nem transfere responsabilidades.

Mesmo quando nem o Dr. Dráuzio acreditava que a pandemia chegasse aos trópicos, sua caravana de prospecção de novas invasões, pisava no surrado tapete vermelho das festas reservadas a turistas pagando em euro e endinheirados de volta dos carnavais mediterrâneos, sem qualquer controle sanitário.

O único voo de passageiros para além do mar de fora, ainda continuou sem controle,  até ser suspenso por óbvias razões.                                       Nos confinamentos, as bundas ocupam outras poltronas.

Agora, a solitária linha de cargas bate asas e vai pousar a mais 300 kms de distância de casa, deixando um aviso e uma esperança no hangar.

Auf wiedersehen. Nos veremos de novo.

Tomara.

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Voltamos à condição de capital espacial, cidade satélite, dependente das metrópoles regionais.

O inerte e balofo paquiderme, esquartejado em dois. Uma banda, como no tempo das capitanias, maurícia; a outra,  atraída pelos mascates de alencar.

Com  mapa astral cintilando eclipses, é prevista uma penosa recuperação da economia.

Nossos problemas  não serão resolvidos apenas com a abertura do comércio. Do Alecrim. Nem da Cidade Alta e Ribeira. Nem mesmo com os shoppings que voltarão cheios de painéis coloridos das paradisíacas praias, escondendo as lojas que a crise fechou.

Depois da arribação dos  pássaros metálicos, voltamos ao tempo que o portão de embarque era a BR 101 e o turismo, um folder pra inglês ver.

Sob rigorosa dieta à base de salários, proventos, pensões, soldos, bolsas-família e auxílios emergenciais, os outros gastos só serão possíveis com mais impostos e descontos de contracheques.

Verdade capitalista que nenhuma socialista de sindicato ousa negar.

A lição que os  chineses aprenderam dos americanos e repassaram em curso intensivo ao  Consórcio Nordeste, foi bem entendida da forma mais pragmática.

Não há yakisoba grátis.

Alguém paga a conta.

Até da compra de respiradores que somem no ar, soprados por ventos de  48,7 milhões de reais.

One thought on “RECEITA CHINESA

  • Geraldo Batista de Araújo

    Sem dúvidas esses “texículos” do esculápio, como Paulo Macede chamava os médicos na era dos anos setenta, proporcíonam uma ótima leitura matinal do madrugador escriba.

    Resposta

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