2 de maio de 2024
Imprensa Nacional

Relicitação do Aeroporto Aluízio Alves será teste para outras licitações do Governo Lula III

O Ministério de Portos e Aeroportos, comandado por Márcio França (PSB), fará seu primeiro leilão nesta sexta-feira, 19, com a pasta sob desconfiança de investidores e do mercado.

A principal origem dos ruídos é o destino da sétima rodada de concessões aeroportuárias, que inclui o Aeroporto de Congonhas (SP).

Incertezas sobre a política portuária, por sua vez, também têm desanimado operadores.

O Estadão/Broadcast conversou nas últimas semanas com fontes do mercado que relataram esses temores, situação que pode ter reflexos no certame programado para esta sexta, quando França vai leiloar o Aeroporto  Aluízio Alves, de São Gonçalo do Amarante (RN), devolvido pela Inframerica em 2020.

França negou que resista em transferir os aeroportos da sétima rodada para a iniciativa privada e disse ter ouvido de, pelo menos, três players o interesse no terminal de São Gonçalo. O ministro afirmou ainda não ser verdade que o governo não tenha um relacionamento com o mercado. Ele disse que a pasta está “satisfeita” com o formato no qual aeroportos lucrativos podem ser gerenciados por empresas privadas.

LEILÃO GESTADO AINDA NO GOVERNO BOLSONARO

Gestado quase integralmente no governo Bolsonaro, o leilão do aeroporto localizado no Rio Grande do Norte será o primeiro grande certame de infraestrutura do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar do otimismo do ministro e de o terminal ser considerado atrativo, com poucas obras a serem feitas, há possibilidade de a União receber apenas um lance pelo ativo.

França ressaltou que esse será o primeiro certame resultado da devolução amigável de um ativo.

“Claro que você não pode prever antecipadamente da rodada e muito menos comentar, mas pelo menos três diferentes me disseram que vão participar. Agora, ganhar, perder… Nesse caso também é uma novidade (…) A verdade é que a gente só precisa de um (lance). Até porque Congonhas foi vendido para um só também”, afirmou.

Nos últimos meses, diversos investidores buscaram informações sobre o aeroporto, cuja administração foi transferida à iniciativa privada pela primeira vez em 2011, no governo de Dilma Rousseff (PT).

PRINCIPAIS INTERESSADOS

No início de fevereiro, por exemplo, representantes de operadores como Fraport, Vinci, Zurich, CCR, Inframerica, Aena participaram de um roadshow para apresentar o projeto a potenciais interessados.

Especialistas avaliam que, pelo perfil do aeroporto, faria sentido Aena e Zurich disputarem pelo ativo.

A suíça Zurich opera os terminais de Florianópolis, Macaé e Vitória.

Para a espanhola Aena, o negócio teria ainda mais sinergia pela localização, já que a empresa administra seis aeroportos do Nordeste. A avaliação é que São Gonçalo também poderia despertar o interesse da XP Infra, uma vez que o projeto não exige capex alto em obras, com baixo risco de engenharia.

Por outro lado, o clima de desconfiança com a política de concessão de aeroportos tem esfriado os ânimos no mercado, que levanta dúvidas sobre a quantidade de grupos no leilão.

Aena e XP Infra são justamente as empresas que ainda não conseguiram efetivar os contratos de concessão dos aeroportos arrematados na 7ª rodada, realizada em agosto do ano passado.

Fonte: Estadão 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *