8 de maio de 2024
Opinião

RN necessita Projeto que pode começar neste ano

 

Roda Viva – Tribuna do Norte – 28/12/22

O ano novo, com renovação dos governos depois de uma campanha democrática, e ainda sob os efeitos do espírito natalino – festa que na cidade do Natal vai até Reis, no dia 6 – parece existir um clima propício para um grande entendimento, sobretudo se existir um objetivo comum definido, reconhecido e aceito pela grande maioria dos norte-rio-grandenses,

Resumindo: O grande desafio colocado para os mais de 3 milhões de habitantes – população estimada pelo IBGE de 3.560.930 pessoas – é encontrar o que pode ser capaz de unir todos, independente da preferência política ou partidária dos potiguares.

Algo capaz de contar com o apoio de todos, independente de crença religiosa, cor da pele, morador de qualquer município, uma pessoa do RN, vivendo em qualquer uma das regiões do Estado, sem abdicar suas convicções.

Nada mais óbvio de que uma ideia capaz de interessar a todos, independente de faixa etária ou crença religiosa, Em vez de buscar pessoas ou líderes, é definir um Projeto para o Rio Grande do Note. Um projeto sem donos nem donas. – Um Projeto de todos.

DIVERSIDADE ECONÔMICA

Tendo, historicamente, uma economia diversificada o nosso Estado já viveu vários ciclos econômicos (do algodão, do sal, dos minérios, da industrialização, do turismo) que contaram com a participação da maioria.

Trata-se de uma escolha que não pode ser feita olhando, apenas, para o nosso umbigo. O mundo tornou-se uma “aldeia global” (como previu Marshall Mc Luan, um dos pioneiros no estudo da moderna comunicação) e nem o pequeno Rio Grande do Norte pode discutir o seu futuro e o seu presente ignorando que está existindo no resto do mundo.

Valendo lembrar dois momentos em que foi visível para todos os potiguares como aconteceu a influência da situação mundial na sua vida, muito antes de se falar em aldeia global, e chegou até aqui com a Crise de 1929, popularmente conhecida como a “Grande Depressão”, provocando a desarrumação na nossa incipiente economia; e que persistiu até a Segunda Guerra Mundial:

1 – No crack da Bolsa de Nova Iorque, cujos efeitos só chegaram aqui três anos depois, em 1931, atingindo frontalmente a cultura do algodão (que dependia do mercado mundial), então a nossa principal atividade econômica (na geração de renda e criação de postos de trabalho);

2 – Na 2ª Guerra Mundial, quando, por razões estratégicas, trouxe para cá milhares de norte-americanos para operar uma de suas maiores bases aéreas em todo mundo, mudando nossos hábitos e nossa cultura, além de sacudir a economia.

PROBLEMA DE TODOS

Agora, o maior problema mundial está na área da energia, o que nos coloca numa posição privilegiada pelas excepcionais condições que oferecemos para produzir energia limpa, garantindo o próprio futuro do planeta.

Nesse particular não chegamos de mãos vazias: o Rio Grande do Norte já provou as suas melhores condições sendo o maior produtor de energia eólica do Brasil, quando a tecnologia  da energia fotovoltaica não havia transposto a fronteira do oceano.

A energia eólica (ou a fotovoltaica) offshore é a fonte de energia limpa e renovável que se obtém aproveitando a força do vento que sopra em alto-mar e da força do sol permitindo a instalação de usinas para gerar energia, energia fotovoltaica ou energia solar, que só chegou – com força – um pouco depois, graças aos avanços tecnológicos que estão só começando.

AMBIENTE FAVIORÁVEL

O quadro atual registra um acervo de 7 GW (de geração de energia limpa) instalados e com potencial de chegar a 28 GW, segundo estudos revelados pelo “Atlas Solar e Eólico”, lançado recentemente numa ação conjunta do Governo do Estado e Federação das Indústrias.

Certamente que não existe nenhuma área de atividade econômica no RN, mais atrativa para desenvolver um grande projeto com força suficiente para financiar políticas públicas na área social, especialmente na   educação, saúde e segurança.

Um projeto que não seja excludente de nenhuma das demandas estaduais (que não são poucas), mas que possa oferecer ao estado as condições para atendê-las.

UM SÓ PROJETO

Para ser vitorioso um projeto dessa dimensão só será viabilizado a partir de um comando único, mas que respeite o pensamento de todos. Um bom início foi o entendimento entre os dois parceiros já mobilizados, dirimindo uma dúvida de que haveria disputa pela sua nomeação e paternidade.  A FIERN já havia aderido a um outro programa maior, de toda indústria brasileira, de um “cluster” reunindo atividades estaduais, onde há lugar para iniciativas de cada Estado (são sete no Brasil) . O “Cluster Tecnológico Naval do RN”, a exemplo de outros Estados, com lugar para as boas iniciativas estaduais. Nele o nosso PROJETO DO RN (porto Indústria) foi colocado como uma parcela do todo nacional, respeitada a sua própria identidade.

É uma garantia de que o PROJETO DO RN, começa uno, facilitando a sua difícil tarefa de convocação de todas as forças vivas do Estado, começando pelos Poderes Constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário); da sociedade organizada: representações sindicais (de patrões e empregados), as mais diversas associações e do indispensável  apoio do povo, homens e mulheres, jovens e velhos, ricos e pobres, que acreditem na nossa terra e na nossa gente.

 

 

 

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