Rogério Marinho reforça isolamento politico de Paulo Guedes no Congresso
Deu na Folha
Na quarta-feira (9) a consultoria política americana Eurasia convidou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para uma videoconferência fechada para analistas e investidores.
As análises vendidas pela empresa subsidiam decisões de investimentos das maiores empresas e fundos de investimento do mundo.
Na conferência, Marinho disse que Bolsonaro só terá força para implementar sua agenda se for popular entre o eleitorado.
“Tudo fica mais fácil de aprovar [no Congresso] se o presidente for popular”, disse. “A política é o que permite que a agenda econômica avance.”
Marinho seguiu afirmando que “a recente reestruturação do governo, onde o ministro da Economia, Paulo Guedes, não negociará mais asreformas diretamente com o Congresso, também é um avanço”.
“É importante ter ‘profissionais’ que conheçam e tenham atuado no Congresso para conduzir essas negociações.
Guedes não deve estar na linha de frente das negociações por formular a agenda macroeconômica do governo”, disse Marinho.
Afirmou, por fim, que “todo o governo está alinhado com a agenda de reformas econômicas”. “Feito isso, cabe aos operadores políticos aprová-los no Congresso. Esse novo equilíbrio foi estabelecido.”
Marinho garantiu ainda haver espaço para cerca de “15 ou 20 privatizações” no próximo ano. Guedes queria levantar R$ 1 trilhão com a venda de estatais, mas o programa patina diante da resistência do Congresso.
Para os analistas, o recado de Marinho foi claro: Guedes se tornou um estorvo para o governo Bolsonaro e é praticamente uma figura anacrônica em um governo que se mostra cada vez mais populista.
Sem a interlocução de Guedes com o Congresso, parlamentares avaliam que o chefe da Economia passou a lançar palavras ao vento.
Paulo Guedes não caiu por teimosia de alguns. O posto Ipiranga não está mais calibrado, só sabe dizer que o Brasil vai quebrar. Só não quebra facilitando a vida dos bancos e financeiras de cartões de crédito.