11 de maio de 2024
Judiciário

Saudação de presidente do TRF 5ª Região foi feita por imortal potiguar

Mesmo virtualmente, a posse do novo presidente do Tribunal Regional Federal 5ª Região, Desembargador Edilson Nobre, foi concorridíssima na tarde de segunda-feira (ontem).

Presença (on line) da Governadora Fátima Bezerra, prefeito Álvaro Dias, presidente da Assembleia Ezequiel Ferreira de Souza e os presidentes Legislativo – estadual e federal.

Uma posse de relevância para todo Nordeste e com destaque maior para o Rio Grande do Norte.

A saudação de Nobre também teve sotaque potiguar, o procurador -geral Marcelo Alves Dias de Souza, que também é imortal da Academia Norteriograndense de Letras, é amigo pessoal do presidente e indicado por ele para a missão.

(…) 

Quando falo em fazer justiça não me refiro a julgar processos (graças a Deus, hoje, estamos livres disso).

Refiro-me a agradecer à mesa diretora que hoje se vai, em meio a esta terrível pandemia, após dois anos de difícil labuta. Em nome do Ministério Público Federal, agradeço ao Presidente Vladimir Souza Carvalho, ao vice-Presidente Lázaro Guimarães e ao Corregedor Carlos Rebêlo. Sei como tem sido difícil trabalhar nestes tempos de muito medo e tristezas diárias. E aqui parafraseio São Paulo Apóstolo: vocês combateram o bom combate, acabaram os mandatos (não a carreira, assim espero) e guardaram a fé. A coroa da justiça está guardada para vocês.

Doutra banda, devemos sobretudo celebrar a jornada que hoje se inicia. Novos tempos, que imaginamos virtuosos, devem ser sempre bastante celebrados.

Mas não serei prolixo. Nada de “juridiquês”. Nada de palavras enormes ou verborragia. Nada pior que um bacharel que fala muito e diz nada. Não quero que vocês me tomem por um Conselheiro Acácio do “Primo Basílio” do grande Eça de Queiroz. Uma ignorância bem-vestida. A representação da mediocridade empolada no direito.

Serão apenas duas ou três palavras sobre os empossados.

Élio Wanderley de Siqueira Filho. Pernambucano dos bons. Juiz de carreira. Administrador do foro da capital Recife por muitos anos. Conheci Élio já no Tribunal quando ele aqui chegou. Eu já estava. E vi logo um homem moderado, dedicado a fazer a justiça. Acredito que ele será um excelente Corregedor. Porque ali, na tão difícil corregedoria, o que mais se exige é a mistura da justiça com a moderação. 

Alexandre Luna Freire. O grande Alexandre, nosso futuro vice-Presidente. Esse eu conheci há muitíssimos anos na querida Paraíba. Em 1997, mais precisamente. Trabalhamos juntos na 2ª Vara da capital João Pessoa. E nos tornamos amigos. Muito amigos. Enxergo em Alexandre duas grandes características. Firmeza no que acredita. Alexandre não é influenciável. E paixões para além do direito. Várias delas temos em comum. Viagens, filosofia, literatura e por aí vai. Coisas que compartilhamos com o futuro Presidente Edílson, que, por sua vez, também é muitíssimo amigo de Alexandre. E tenho certeza de que os dois, Edílson e Alexandre, se ajudarão mutuamente na administração da Casa.

E chego a Edílson Pereira Nobre Júnior. Nosso futuro Presidente. O verdadeiro protagonista desta tarde. Conheci Edílson desde que me dou por gente no direito. Foi meu professor na UFRN. Foi meu chefe, quando fui servidor e diretor de secretaria na Justiça Federal. Já Procurador da República, voltamos a trabalhar juntos na 4ª Vara da nossa querida Natal. E nos encontramos aqui de novo, no TRF. E nos tornamos mais do que muito amigos. Viajamos juntos. Celebramos juntos. E lutamos juntos. 

Edílson é uma lenda no Rio Grande do Norte. Na Justiça Federal também. A memória é fotográfica. O conhecimento é enciclopédico. A produção intelectual, jurídica ou não, é impressionante. Seus processos possuem a mui difícil característica de serem céleres e substanciosos. E o que mais pede o jurisdicionado?

Todavia, para além do homem muitíssimo estudioso, culto e excelente juiz, Edílson é sobretudo um homem simples – no sertão de pedra do RN ou na Europa, com os humildes ou com sábios, ele é o mesmo – e bom.

Edílson é um homem bom. Sou testemunha da dedicação à sua Sara e ao seu Tobias. Edílson é incapaz de fazer propositadamente o mal a alguém. Mas é capaz de mover montanhas para fazer o bem. Um tipo que busca imitar o exemplo de São Francisco, embora, com seus paletós e gravatas, às vezes exagere um pouco nessa sua imitação do Pobrezinho de Assis (eu acho que vocês me entendem).

Tanta coisa para dizer sobre Edílson (…). Mas vou terminando por aqui a fim de cumprir a minha promessa de ser o anti-Acácio. Não anti-Kássio, com K.

E, rendendo estas homenagens, apenas me permitam terminar este discurso de modo, digamos, esperançoso. 

Sinceramente, rogo, um dia, podermos confraternizar todos juntos. Celebrar mesmo. Presencialmente. Todos devidamente vacinados, claro.

E tenho certeza de que o nosso Presidente Edílson, notório gastador, ficará deveras contente de pagar, do próprio bolso, um maravilhoso jantar para todos nós.

Muito obrigado!

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