SENADOR POR UM DIA
Além de empresário, hoteleiro, agropecuarista e principalmente, chefe político, o Majó Theodorico Bezerra foi um profeta visionário.
Muito se tem comentado que o deputado quase a vida toda, se vivo fosse, ou de onde seu espírito estiver (e se ainda se interessar pela coisas da política terrena), estaria insatisfeito com a filiação partidária da descendência.
Há até quem dramatize, nestas situações, a posição dos corpos em repouso eterno nos cemitérios.
Entre os muitos aforismos que o oficial de patente honorífica não cansava de repetir, um é lembrado, decorridos 26 anos da sua última peleja.
– Quem é coxo, parte cedo.
Foi o que ele próprio fez, mal recuperado da inesperada e desconcertante derrota para a zebra vestida de batina.
Tratou logo de avisar que tinha vaqueiro de novo na pista.
Mandou em todas as cidades e vilas, onde tivesse muro largo, abrir letreiros.
JK Theodorico 65.
Estava na área.
Declarava o voto ao presidente proibido de se candidatar, faltando só acomodar o próprio cargo nas mesas da negociação e conchavos ao pé do ouvido.
Pelo tamanho da fonte escolhida pelo protomarqueteiro, era candidato a governador.
A mensagem visual pode ser vista também como uma profecia .
Quem acredita na Cabala e na força dos números, não duvida que o avô aceitava ali, a tendência ideológica de algum neto, profetizando até qual partido, na falta do velho e inimitável PSD, seria filiado.
Partido de número 65.
PC do B.
O comunismo que chegou camuflado na caatinga, é herança atávica. Graças a Deus e ao Frei Damião de Bolzano, foi implantado pacificamente.
Ser filho de imigrante galego, latifundiário, senhor de engenhos de cana-de-açúcar, não impediu Fidel Castro de ingressar no Partido Comunista e tornar-se ditador.
Como Cuba, Uirapuru também foi uma experiência de república socialista, comandada pelo braço forte do seu proprietário e imperador.
A história mostra que a elite dominante goza privilégios e impõe as regras, nos países que buscam a igualdade para todos os cidadãos.
Nas terras do Trairí, a participação popular era ardentemente estimulada.
O dirigente máximo soube usar com maestria, dos meios de comunicação disponíveis, panfletos e amplificadoras de som, para a doutrinação ideológica em longos, quase intermináveis discursos.
O patriotismo, animado por grandes desfiles nas datas cívicas.
Pelotões de estudantes, trabalhadores, animais, máquinas e implementos agrícolas reforçavam o amor à terra natal e enalteciam o valor do trabalho.
Obrigatórios, o título eleitoral e o voto a um só e único partido. Social e Democrático.
Sistema de ensino invejado pela vizinhança, voltado para a formação de professoras, artífices, técnicos e necessidades da comunidade.
Trabalho garantido e todos os meios de produção, sob controle único do gestor totalitário.
Rigoroso desarmamento civil. Proibição de porte de armas, sendo permitida a cada habitante, a posse de uma só. Faca-peixeira de até 12 polegadas, para uso exclusivamente a trabalho.
Comércio de gêneros de necessidade sob guarda e distribuição da administração central e racionamento dos quantitativos controlados em cadernetas de consumo.
Doutrinação para uma convivência saudável, harmônica, sem vícios nem falatórios da vida alheia.
Controle rigoroso de hábitos nefastos. Erradicação do alcoolismo, jogatina e vagabundagem.
São muitas as conquistas de um estado-laboratório que tem muito para ser difundido na eventualidade de assumir o honroso cargo, o primeiro senador comunista genuinamente papa-jerimum.
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Publicado em 11/8/20, o texto se completa com a posse do Senador Theodorico Bezerra Neto, que cumprirá um dos mandatos mais curtos da história da câmara alta.
Empossado numa sexta-feira, na prática, terá somente a terça, o dia que começa a semana parlamentar, para posar no plenário.
Na quarta, passa o broche ao neto de Djalma Marinho, outro senador frustrado nas urnas.
Essas coisas de família são poderosamente seguidas na linhagem e as vezes na ousadia, sigamos camaradas!!! Parabéns ao aprendiz que foi e é Doutor. Sem virgulas.