11 de maio de 2024
Comportamento

TE CUIDA, MANÉ

A visão de Tondal (1500) – Hieronymus Bosch – Museu Lázaro Galdiano , Madri


Todo cuidado que já não era pouco, agora deve ser aumentado ainda mais.

Os mais calejados diriam, redobrado, com o que se fala e  escreve.

Por mais restrito, camarada, familiar ou corporativo, seja o grupo. Ao vivo ou por aplicativos.

À luz do sol, na sombra ou na penumbra.

Tempus horribilis

Ninguém sabe mais o que pode ser recuperado, transcrito, gravado e degravado.

Usado e abusado.

O que voga.

O que foi falado à vera. Ou na brinca.

Tudo depende de quem intercepta e interpreta.

Do jeito que o riacho corre para o mar da insensatez, os precavidos serão logo-logo, mudos, surdos, analfabetos digitais.

E pouco cerebrais.

Quem garante que os russos já não estejam lendo o pensamento dos outros?

À distância.

A experiência de Curitiba que o diga.

O bem e o mal, antes das progressões das penas confirmadas em três instâncias, de novo, juntos e misturados numa festa só.

Há mais de 50 anos, um passageiro da agonia estabeleceu os limites que parecem, não formaram  jurisprudência.

Bandido é bandido; polícia é polícia.

Pelo menos no douto vocabulário, fora dos autos e das quatro linhas.                           

Mais uma vez, a vida imitou a arte que retratou a vida.

Não amola.

Podia ser pior:  não enche a sacola do papai noel.

Tudo a ver com compras em Nova Iorque.

Os últimos acontecimentos desmentem os chineses e seus provérbios que creem e rezam, a palavra lançada não volta mais.

Tem voltado. Como uma flecha.                                           

A oportunidade ainda pode ser encontrada.

No país de tantas leis, anda faltando a do bom senso.

Se todos simplesmente entendessem o que significa o meu, o seu, o nosso zap-zap.                             

Começando pela tradução.

Qual é?

Um ambiente tão coloquial  não pode ser levado muito a sério.

Uma outra turma, de caminhantes madrugadores, resolveu todos os conflitos, sem recorrer a uma pitada sequer, de burrice

Acabou-se o disse-me-disse.

E o quis dizer-quis dizer.

Bastou um decreto não promulgado e aceito à unanimidade:

Tudo que é dito aqui, antes das 7 da manhã, fica aqui. 

O Concerto no Ovo (1475) Hieronymus Bosch – Palácio de Belas Artes, Lilly, França

                                   

2 thoughts on “TE CUIDA, MANÉ

  • Francisco Sobreira

    Quero acreditar que o colunista-médico tenha querido escrever “todo cuidado que já NÃO era pouco”…

    Resposta
    • Domicio Arruda

      O leitor tem razão.
      Era a intenção.
      Correção devidamente efetuada, nesta dádiva que é a edição online.
      Muito obrigado pela vigilância.

      Resposta

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