27 de abril de 2024
Coronavírus

TEMPO DE RENOVAR A RECEITA

Higiene e Saúde/A Deusa da Saúde – Moeda em prata, de cinco Cedis, República de Gana


As  muitas dúvidas, se a maior de todas as crises sanitárias de fato mudou os comportamentos, persistem.

As primeiras conclusões são desanimadores.

Os sinais não param de aparecer.

Lições presenciais e à distância.
Método implacável, conteúdo denso.

Provas rígidas, sem direito à revisão, nem segunda época.      

Muitos aprenderam o suficiente apenas para passar de ano.

Outros, jamais esquecerão as aulas práticas nas frias noites dos hospitais.
Ensinamentos para todo o sempre.

Estes, usam  do conhecimento para uma vida diferente.

Os rastros vagaram  por todos os campos, vilas e lugares.

Em Nova Délhi maravilhou um menino que ao ver  as estrelas pela primeira vez na vida, perguntou ao pai o que eram aqueles pontos cintilantes no céu.

Na Índia, o firmamento já se esconde de novo, na fumaça das fogueiras fúnebres dos crematórios improvisados.

Golfinhos que deram  cambalhotas na baía da Guanabara, em férias nas águas aquecidas dos mares nordestinos, se empanzinam de novo, do lixo que envergonha as praias.

Tartarugas não voltaram aos ninhos no aterro do Flamengo.

Nem  jacaré foi mais visto em passeio pela Jaguarari.

Sinais pálidos que vão sendo esquecidos.

A revolução dos bichos que ganhava as ruas, não empolga como antes.

A esperança de um líder, diferente de Napoleão, agoniza.

Que pelo menos se  aprenda para sempre as velhas receitas de antigos manuais.

Que fiquem as boas práticas de higiene.

Cuidados pessoais, salvam vidas e podem salvar o planeta.

Sejamos obedientes a tudo que nos obrigavam a fazer quando crianças.

Os velhos estavam certos.

Das coisas que aprendemos com o invasor, dá pra definir uma estratégia simples.

Cuidar das portas, mesmo as protegidas por vacinas,  por onde costumam entrar as doenças transmissíveis .

Não basta lavar as mãos e embriagá-las.

É preciso deixar de meter o dedo no nariz… e coisa suja na boca.

As narinas são laváveis também por dentro.

Tem quem não saiba disso.

Água morna e uma colherinha de sal.

É tempo de aderir à milenar prática yoga do Lota.

Na limpeza dos dentes, e entre os dentes, não esquecer a língua.

Escova e fio.

Gargarejos são bem-vindos.

Cabelos curtos, ideias longas.
E limpas.

Banhos, todos os dias.

Até dois, se a conta d’água permitir.

Boas maneiras, sem afetação.

Sejamos reservados ao tossir e espirrar.

Uma pequena distância é boa e os bichinhos miúdos não gostam.

Comer em cores, ao vivo e em pouca quantidade.

Baixar o peso.

Controlar a glicemia e a pressão arterial.

Beber com moderação, mas meter a cara na água.

Tomar um alfabeto de vitaminas.

Movimento é vida.

Tem vida na cozinha, no jardim, no tanque de lavar, no esfregão, nas longas caminhadas.

Os melhores programas continuam em casa.

Desligar um pouco das notícias ruins .
E dos correios, mesmo os eletrônicos, que as trazem.

Vacinado, e ainda desconfiado.

Continuar  vivendo, sem máscaras.

E rezando, de vez em quando.

              Omulu/Obaluaê – Orixá da Saúde e da Doença


(Este texto contém reflexões publicadas em 28/5/2021, com o título Receita Renovada )

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