Testes vencidos de Covid-19 têm validade estendidas, mas continuam encalhados
Do Estadão
A solução encontrada pelo Ministério da Saúde para evitar que milhões de testes para detectar a covid-19 percam a validade pode não ser suficiente para evitar que parem no lixo.
Após o Estadão revelar, em novembro, que 6,86 milhões de unidades estocadas em um armazém da pasta venceriam entre dezembro e janeiro, a ANVISA prorrogou a vida útil dos exames por mais quatro meses, mas o governo segue com dificuldades para distribuí-lo no Sistema Único de Saúde (SUS).
Agora, o desafio é zerar o estoque que ainda está parado, de 6,5 milhões de testes, entre abril e maio. O número é próximo da quantidade usada em nove meses de pandemia, de 7,9 milhões.
Mais de sete meses após os avisos, o ministério acumula compras frustradas ou tardias destes insumos e ainda corre para equipar a rede de diagnósticos.
O Tribunal de Contas da União (TCU) vê “irregularidades preocupantes” e cobra explicações. Além dos 6,5 milhões de testes RT-PCR que seguem encalhados no galpão da pasta no Aeroporto de Guarulhos, há ainda unidades em posse dos Estados.
O número estocado é incerto, mas pode alcançar três milhões de unidades, segundo estimativa de gestores de saúde.
Como é isso de a Anvisa prorrogar data de validade? “A carne estragou, mas você pode comer por mais seis meses”.