ENERGIA NA URNA
Para acreditar que eleições obram milagres, não precisa nem abrir processo de canonização.
É só procurar pelos altares, os santos que temos.
A próxima tem potencial para surpresas e mudanças.
Dela podem sair, a capital com um prefeito que fala francês e um senador comunista.
Très chic. Très populaire.
O suplente efetivado, com currículo para deixar os concorrentes a uma distância de Natal a Caicó, arrisca trocar as delícias do planalto pra cuidar de desabamentos do Jacó e enchentes na Lagoa do Preá.
Conquistou a total confiança da Governadora, desde que a levou para uma conversar com os mais graduados dirigentes da França.
No ponto alto da viagem, a invasão do Grand Palais para uma degustação de queijos do Seridó, já ficou acordado que Natal merece um choque de sofisticação.
Fazer deste nosso presépio, a Paris dos trópicos, é a luminosa ideia.
Não dá mais pra continuar na indigência gastronômica, de um dia carne de sol, no outro, linguiça.
O povo merece experimentar diferentes charcuterias.
Adaptada às dificuldades da transpandemia, a campanha eleitoral estará no ar, muito em breve.
Este ano, sabendo explorar as semelhanças, os vermelhos não vão precisar gastar um real furado.
É só aproveitar as propagandas que os gaúchos fazem todo fim de ano.
E a justiça eleitoral não terá nada a dizer.
Natal Luz!
Tão simples, tão direto, tão luminoso.
A cor encarnada, em mais de 13 tons, predominando a petista roxa.
Estrelas não faltarão. Às constelações. De todos os tamanhos e pontas.
Luzes piscando. Nas vinhetas que começam no escuro e vão acendendo até encandear a tela toda.
O povo que de bobo não tem nada, vai logo associar a época mais alegre do ano, ao candidato barbudinho.
Luz.
Energia.
Pimba.
É só complementar no horário gratuito.
Em dois segundos, para deixar mais tempo para a nominata da vereança meter o relho no Bozo.
E como este ano não vai ser possível aperto de mão nem andanças pela Gentil Ferreira, a estratégia é o boca-a-boca.
Passar de uma a outra máscara toda a energia que um candidato precisa para conquistar a confiança e o voto.
Longe de usar qualquer método que possa ser acusado de fakenews, não custa acionar a rede analógica que espalhou nas últimas três eleições pra presidente que os adversários iam acabar com o bolsa-família.
Estratégia que precisa de adaptações e cuidados.
Entre insinuar que o auxílio emergencial vai acabar depois da votação e prometer que vai continuar com recursos da prefeitura, o perigo é a massa ignara trocar as bolas.
Cuidar para o tiro não liberar ozônio e a flecha disparada não acertar bem no centro da ivermectina de outro alvo.
Urge encontrar uma representação gráfica para personificar o produto a ser votado, associando o nome a um verdadeiro choque eletroeleitoral.
O primeiro que vêm à mente e ao brainstorming não dá certo.
Esses bolsominions fascistóides vão apelidar de ‘O poste de Fátima‘.
É bullying na certa.
Melhor, partir pra apelo mais popular e direto:
Vote no candidato do pau amarelo.