TODOS POR UM
O maior segredo da humanidade nunca será revelado.
Saber quando termina a pandemia e quem terá autoridade para dizê-lo.
A ONU e a Organização Mundial da Saúde não passaram na prova de fogo.
Mostraram como ainda falta uma entidade que possa tomar justas decisões globais para o bem coletivo.
Ainda bem que não há evidências científicas da existência de vida inteligente em trilhões de galáxias deste mundão de Deus.
Imagine na mais fantástica e esperada visita, um ilustre visitante, saído de uma nave interestelar pedir:
–Leve-me ao seu líder.
Ao longo do processo que nos atinge, como tática de guerra, os invasores destruíram as lideranças, apequenaram gigantes e destruíram seus pés de barro.
Os chefes de estado não souberam enfrentar a agressão antes que os problemas fugissem do controle e agora, ao se vislumbrar um final para a luta, na terra arrasada, começam as transferências de responsabilidades e culpas.
As maiores potências ensaiam outra guerra fria.
Chineses e americanos, travam batalhas no campo diplomático, fecham consulados e se acusam mutualmente de descuido e espionagem nas pesquisas para a vacina. Países satélites sob terror e risco de mais conflitos.
Foi dada a largada para a tresloucada corrida.
Quem será o primeiro, o mais capaz, o que vai lucrar a maior montanha de dinheiro.
Definitivamente, em termos de aprendizagem, este primeiro semestre está mesmo perdido.
Não foram assimiladas as duras lições ensinadas em meio a tanto sofrimento e perdas.
A doença sem fronteiras e sem preconceitos, tratada fora da cosmologia, resiste aos tratamentos e avança sobre qualquer medida de proteção.
Não aprendemos nada.
Neste WAR a tática de defesa deve ser semelhante a do exército que ataca.
Múltiplas frentes, combates móveis, previsão precisa onde ocorrerão os próximos ataques, apoio às tropas menos equipadas. Todas as divisões, unidas.
Os pacifistas também têm muito a contribuir para a vitória que virá.
Nunca é tarde para lembrar que a terra é um só lugar e as fronteiras politicamente traçadas ninguém protege.
A dependência de uns aos outros, nunca foi tão cristalina.
Quem pensa que comprará todas as vacinas e livrará os seus, não terá certificada a garantia do período de validade e por quanto tempo estará livre de uma segunda, terceira ou da próxima onda.
Quem acha que pode relegar os mais carentes à sorte, terá que incluí-los nos calendários de vacinação, ou a imunidade própria não se garante.
Estamos no mesmo navio. Mar revolto, sem bússola, sem rumo, sem sabermos o destino.
Com a peste no porão não tarda a chegar nas cabines da primeira classe, o sinal de alerta:
All lives matter. (Todas as vidas importam)