7 de maio de 2024
Imprensa Nacional

Tratoraço mostra diferença de emendas que vai de R$ 8 a R$ 277 milhões por parlamentar

05-janeiro-tratoraço-2-660x330 De repente um novo nome no vocabulário político dos brasileiros; TRATORAÇO. De onde surgiu, o que significa e aonde quer chegar?

Tudo começou com matéria do Estado de São Paulo, mostrando  esquema montado pelo presidente Jair Bolsonaro, no final do ano passado, para aumentar sua base de apoio no Congresso e supostamente criando  um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas para parlamentares. 

E por que TRATROR?

É que boa parte das emendas foi destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo.

A prova mais contundente apresentada pelo jornal vem de 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional, do ministro potiguar Rogério Marinho e órgãos vinculados para indicar como eles preferiam usar os recursos.

Na conta, lá atras criticada pelo ministro Paulo Guedes (Economia), o governo de Jair Bolsonaro entregou a um grupo o direito de direcionar R$ 3 bilhões liberados em troca de apoio, em uma iniciativa que desrespeitou exigências da legislação.

DIFERENÇA DE TRATAMENTO E DE MILHÕES 

Ao longo do ano, cada parlamentar pode indicar R$ 8 milhões por meio de emendas individuais. E outros R$ 8 milhões devem ir obrigatoriamente para a saúde.

No caso do orçamento secreto, as verbas são de outra natureza. Pelas regras, elas deveriam ser gastas pelo governo por meio da seleção de projetos com critérios técnicos e levando em consideração as condições socioeconômicas das localidades beneficiadas.

Em síntese, o Executivo, por meio dos ministérios, deveria ter critérios técnicos para investir em uma cidade e não em outra.

Na prática, os R$ 3 bilhões, do Ministério do Desenvolvimento Regional, acabaram servindo para indicações pessoais de deputados e senadores aliados, com cotas individuais muito superiores aos R$ 8 milhões das emendas individuais.

GIGANTE DAVI 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), definiu a aplicação de R$ 277 milhões de verbas públicas do Ministério do Desenvolvimento Regional. O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-PI), direcionou outros R$ 114 milhões.

Esses ofícios, com o direcionamento de obras e compras de tratores, por exemplo, são recebidos diretamente pelo governo, sem serem submetidos à ampla publicidade. Daí, a expressão “orçamento secreto”.

Outro argumento usado por governistas é o de que senadores petistas foram contemplados, o que esvaziaria o fato de que a verba serviu a parlamentares aliados. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, usou as redes sociais para citar o senador Humberto Costa  (PT-PE) como um dos contemplados.

Contudo, a inclusão de petistas se deu em razão de um movimento de Davi Alcolumbre. Após ver frustrada sua tentativa de ter a reeleição como presidente do Senado pelo Supremo Tribunal Federal, ele buscou o apoio do PT para Rodrigo Pacheco.

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