UM CLÁSSICO PRA FICAR NA HISTÓRIA
Foi dada a largada.
Serão tardes de fortes emoções. Momentos dramáticos.
Haja coração.
Os primeiros lances já mostraram que será jogão de bola. Só pra machos e machistas.
Digno de ser disputado no estádio-catedral da política brasileira.
Abertas as cortinas, desfraldada as bandeiras, os times posicionados se apresentaram com disposição de comer a bola, o que os convocados fazem com maestria, há muito tempo.
Os músculos não estavam nem aquecidos e o primeiro quiproquó entre dirigentes adentra o gramado.
A escolha do juiz manauara, causou controvérsias. Suas últimas atuações não o recomendavam para a importante missão.
Correram rumores que uma delicada situação por que passa sua patroa, pode comprometer seu desempenho. E o psicológico.
O que não quer para seus mais queridos, não vai decretar para os depoentes. Por mais mentirosos que sejam.
Comentaristas realmente técnicos já dissecaram as táticas das equipes.
O match está sendo jogado todo pela meia-esquerda.
Depois que saiu a última pesquisa encomendada, indicando as tendências das folhas noticiosas, ninguém vai ficar plantado pelo centrão.
Na hora do voto, é esperar pra ver. Todos correm para onde a grana, leia-se, grama, é mais verde.
Com o mando de campo do time rubro, pode sair goleada.
Outro 7 x 1.
Jogo simples, as regras do futebol dependem da interpretação do árbitro.
Se não tiver pulso, vai imperar a 18ª.
Do pescoço pra baixo é tudo canela.
Qualquer dúvida, o cônego também aceita queixas. E ainda tem recurso no supremo VAR.
Pela primeira vez o esporte bretão utiliza um novo material para fabrico da gorduchinha.
Mesmo sem o aval da FIFA a que foi vista rolando dentro das quatro linhas é confeccionada com velho material que sábios artesãos insistem em curtir.
À base de cloroquina.
Comprovou ser resistente.
Aguenta chutes de tudo que é perna-de-pau mas pode cansar a plateia e desviar o interesse para outros esportes disputados no estádio vizinho.
Ainda não conseguiram substituí-la pelas feitas de substâncias sintéticas, de altíssimo custo, o que levanta a suspeita do homem da maleta preta ter andado conversando pelos cantos do vestiário dos atacantes.
O desempenho individual dos atletas, na análise dos monstros da latinha, já identifica as estrelas que despontam como craques da primeira rodada.
No ataque, um veterano tenta reviver suas melhores atuações .
Com uma coleção de troféus, um hat-trick (Collor, FHC, Lula), carrega a lenda de ser o único vilão que resistiu à ordem de ser levado, sob vara, à sala da justiça.
Já mostrou que merece o título de pelé da terra dos marechais.
A revelação vem dos times das várzeas de Ji-Paraná.
Bem articulado, com voz empostada de locutor de rádio, fala de pastor evangélico, desenvolto frente às câmeras como se já tivesse entrevistado muito buraco e fossa estourada para a campeã de audiência.
Entende de leis mais que muito rábula opinoso.
Alguns poucos jogadores já merecem a atenção dos olheiros.
Na esquerda, um magricela que parece um menino do rio capixaba, beijado por Caetano.
Do outro lado, o alemão de Bagé com jeito de bispo que toma Rivotril, tem sido fiel às orientações de cientistas sem nenhuma comprovação, como diz com prazer e quase orgasmo, o Professor-Doutor W. Bonner.
Do timeco papa-jerimum, surpreende a performance do reserva emprestado pelo PSG. Os outros, nem no banco, tiveram assento.
A imensa torcida bicolor sabe. Tem muito jogo pela frente.
A última substituição nos minutos finais da primeira fase, com a entrada do príncipe herdeiro, mostrou que na volta do intervalo, não tem como jogador vagabundo escapar da rachadinha.
Ainda não foi desta vez que deu para o Bolsonaro Futebol e Caneladas.
A entrada do general-trombador pode definir o resultado da partida e selar o destino do capitão.
Vai que é tua, Mourão.