2 de maio de 2024
PolíticaTV

UM PRESIDENTE NA ÚLTIMA FRONTEIRA

8C03C433-F631-475F-96B8-AE0BBB609302Do primeiro reality show na TV brasileira, andamos meio esquecidos.

Em julho, sua estreia, com toda a expectativa criada pela novidade, completa 20 anos.

Cópia fiel de um mega sucesso americano, Survivor, mostrava em episódios aos domingos, em horário nobre, jovens bem preparados fisicamente,  em equipes identificadas por cores, sob o comando do jornalista Zeca Camargo, disputando provas de resistência.

Dramáticas desistências e desabamentos psicológicos, valorizavam ainda mais os premiados que sobreviviam. Com grana preta, um fiat uno e um passaporte de celebridade instantânea.

Na segunda temporada, Natal entrou no ar.

Não como cenário das aventuras mas origem de um participante.

84761B1C-4A11-40CD-8B79-32783BA49959Um certo capitão da Polícia Militar que arregimentou uma imensa torcida, em tempos que as redes sociais não iam  além dos papos de esquina.

Ganhou o prêmio e recepção de herói no aeroporto. Com direito a carreata e over exposição nas mídias da época.

Não foi eleito senador por falta de ousadia.

Depois do retumbante sucesso do Big Brother Brasil, bem que a mesma emissora podia voltar com o programa.

Tudo a ver.

O apresentador depois de andar de ceca a meca está no canto da geladeira num programa sabatino-matinal de baixa audiência, ensinando como recuperar cadeira velha e outras marchetarias.

Dá pra bolar uma prova de sobrevivência à base de comida de delivery e como manter a casa sempre arrumada, sem ajuda da faxineira.

Horário na grade da programação é que não vai faltar. No horário que os doutores do terror apresentam aqueles números de congelar as espinhas (dorsais), seria o ideal.

Mensagens de perseverança e otimismo, nessas horas de angústia, caem bem. Além de ser mais uma oportunidade pra se usar a palavra da moda. Resiliência é tudo.

A seleção dos participantes é que precisa de muito cuidado. Não tem mais onde organizar outra fila, com as ruas todas tomadas pelas do Vem pra Caixa você também!

Inscrições no home office. É só arranjar um número tão bom quanto o 111 do auxílio emergencial.

Pra saber quem deva ou não ser recrutado, no pico da curva dos contaminados pelo  vírus da fama, podem ser usados algoritmos e gráficos  do Imperial College London. Os mesmos que os epidemiologistas vêm usando e que já ocupam o lugar do medo do bicho-papão.

O sucesso pode estar garantido com um participante que ninguém pode imaginar.

Só depende de uma empurrãozinho internacional.

Conseguir que Trump bata um fio pra dizer ao ainda colega como é sua convivência com a CNN.

Que ele vai fazer igual ao ídolo é tão certo como uma conta na tabuada de Dilma Vana.

Atleta a vida toda, tendo sobrevivido a dois divórcios, três casamentos, quatro filhos encrenqueiros, uma facada, um ministro metido a estrela e outro traíra, o capitão-presidente está preparado para novos desafios.

Ele até já anunciou:

Estou No Limite.

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