27 de abril de 2024
FamiliaGoverno

UM TEMPO SEM INOCÊNCIA

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O casamento da virgem (1504) – Rafael Sanzio – Pinacoteca de Brera, Milão


O calendário hormonal, ainda inconcluso, continua à espera do seu 
São Gregório.

Ou alguém que possa traçar outro meridiano de Greenwish e definir com precisão as coordenadas, e demonstrar quando termina a linha imaginária da adolescência.

Que o começo ninguém precisa se dar ao trabalho de procurar.

É ponto pacífico, no turbilhão ruidoso e exuberante que explode qualquer dúvida.

A criança madura, com sinais de prontidão para a função sexual.

É real. É bíblico. Está no primeiro livro.

Cresceis, sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.

Sem datas para o pontapé inicial.

Sem prazos para o corte da fita inaugural.

Religiões mais fundamentalistas, admitem o casamento, pelo menos para as meninas, já a partir de tenra idade.

O ocidente e a tradição judaico-cristã não aceitam o que poderia ser explicado facilmente pela biologia.

A sociedade brasileira, por suas leis, criminaliza o relacionamento de adultos com menores de 14 anos. Mesmo com púberes precoces.

O que não se define é quando a fase adulta começa pra valer.

No fim da adolescência, por supuesto.

Os cara-pálidas, nem com ajuda da Psicologia de Melanie Klein, conseguem precisar quando acontece a alforria juvenil.

São encontrados jovens ainda não maduros, frutos de vez e dos paparicos, até os 25 anos. E mais.

Estão indo longe, os da geração nem-nem.

Depois viram cangurus, e quais carrapatos, não desgrudam dos cós maternos nem com mandinga bem feita.

Aos 18, podem tudo.

Dirigir, comprar bebidas. Fumar. Votar.

E para o voto, amadurecidos no carbureto, aos 16.

Preocupação dos tutores, não pode e deve ser também assunto do Ministério da Família?

Quando para  enfrentar o crescente números de mães precoces, a duas vezes ministra Damares Alves citou como método contraceptivo, a abstinência sexual, não descartando todos os outros, mais falhos, foi uma deusa acuda a pastora.

Adolescência primeiro, gravidez depois –  tudo tem o seu tempo”

Passados dois anos da polêmica orientação ministerial, além da mídia raivosa e os sempre do contra, alguém conseguiu apresentar outro método mais eficaz e barato?

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A mulher grávida (1506)- Rafael Sanzio – Palácio Porto, Florença

 

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