Valor da energia deve atrapalhar planos do Governo baixar Inflação até a eleição
Aliados de Jair Bolsonaro acreditam que, em agosto, quando começar a campanha eleitoral, a inflação já terá cedido – em abril, ela deve atingir o pico de 12% ao ano e, segundo projeções de mercado, pode recuar para 9% ao ano no início do segundo semestre.
Com isso, bolsonaristas esperam reduzir o estrago que a carestia está fazendo no orçamento dos brasileiros e, por consequência, na avaliação do governo.
A previsão, porém, encontra obstáculos que estavam fora do radar.
A energia elétrica, que auxiliares do presidente acreditavam ter domado com a bandeira verde até o fim do ano, está sendo reajustada em 20%, anulando os efeitos dessa bondade e colocando mais pimenta na inflação.
A Aneel autorizou reajuste na Bahia, no Ceará, em Sergipe e no Rio Grande do Norte de 16,46% a 24,85%.
A bandeira verde havia reduzido as contas em 20%. Isso não altera o cenário de declínio da inflação no ano, mas piora a “sensação térmica”.
Dentro do bolsonarismo, a avaliação é que a comunicação de que se trata de um fenômeno global não bastará para minimizar o estrago da inflação na imagem do presidente.
Será preciso mostrar que o governo está agindo.
Do Estadão *