VIAJAR É PRECISO
O espírito de ir longe sempre baixa em todos os presidentes da república.
Na fila, uma atrás da outra, são muitas as nações amigas a serem visitadas.
Há um ano, como todo viajeiro, o Presidente Bolsonaro quando voltava de uma excursão já anunciava planos para a próxima.
Com a pandemia, tudo foi ficando para depois, incluídas as penosas travessias.
Os roteiros internacionais trocados pelos domésticos.
Depois de virar arroz de festa no Nordeste, chegou a hora de mostrar aos diplomatas estrangeiros que o fogo já baixou na Amazônia.
(Publicação original em 25/10/2019)
UM TEMPO NA RELAÇÃO
Quando há sinais que azedou ou está a ponto de desonerar de vez, nada como dar um tempo na relação.
Não poderia haver melhor oportunidade que uma viagem para lugares bem longínquos para se refletir sobre a vida do casal.
O começo, todos sabem, bem tumultuado.
Pura paixão.
Entre tapas, caneladas, beijos e facada.
Sem nenhuma trégua ou armistício, há quase um ano, tem sido uma crise atrás da outra. A luta é grande.
Quando o repertório escasseia e parece que vai haver bonança, não tem jeito. Um garoto numerado tuíta uma pérola, sopra um redemoinho e baldeia a água que todos bebem.
Pior é que logo aparece o superpapaizão, matando no peito, quebrando queixo e chutando a bola pra frente.
Ainda bem que o problema não é só financeiro. Os cobres que têm aparecido estão dando pro gasto. Já pensou se o mealheiro não tivesse sido entregue à guarda de quem foi?
Muito oportuna a lembrança de levar miojo no farnel.
Sábia previdência conduz à significativa reflexão.
A vida não é feita só de banquetes imperiais nem de festas das mil e uma noites.
Quando a peregrinação não dá pra ser solitária, aproveita-se a ausência de familiares mas não se pode deixar de lado os conselhos dos caravaneiros mais chegados.
Generais gregos têm muita experiência e podem segurar uma barra mais pesada se a chapa esquentar mais adiante.
O deputado amigão não deve participar somente da composição das fotos. Ele tem potencial e pode clarear coisas mais intimistas.
Ao voltarmos de uma viagem, nunca seremos os mesmos.
Amém.
Quintana, aquele poeta gaúcho que costumava simplificar a vida, disse que viajar é trocar a roupa da alma.
Sempre há tempo de mudar.
E evoluir.
Amém.
Que a próxima jornada inclua também a Índia.
Exemplo de superação econômica e espírito elevado ao transcendental.
Enquanto isso é bom já ir se acostumando com a sabedoria dos próximos anfitriões.
“Quando falares, cuida que tuas palavras sejam melhores que o silêncio.”