1 de maio de 2024
CULTURA

Viúva do Senador José Maranhão se despede em texto emocionante

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Do Portal WSCOM

Esposa do senador José Maranhão, a desembargadora Fátima Bezerra confirmou, na noite desta segunda-feira (8), através de um áudio, a morte do senador paraibano.

Em declaração emocionada, ela lembrou a convivência e dedicação do político.

“Durante todo este tempo que convivemos juntos foi um grande crescimento para mim, fui aprendiz, embora não tenha chegado perto dos seus lampejos de sabedoria. Hoje você parte para o céu, e estou com o coração tranquilo porque você fez como São Paulo: combateu o bom combate, terminou sua carreira e venceu pela fé”, disse.

“Terminou sua carreira, com dignidade, ética, decência, como senador da República, nosso decano no Senado Federal. Venceu pela fé, porque às vezes quando estava triste e ficava triste e cambaleando duvidando das coisas que queria a nosso Deus, você dizia, a fé a certeza daquilo que não se vê”, finalizou.

Em novo texto, a desembargadora fala num grande amor e no sonho do encontro de seu marido com Jesus Cristo:

‘Geralmente, os casais que se amam se tornam, com o passar dos anos, irmãos e cúmplices. Como os discípulos de Emaús, caminham juntos, fazendo companhia um ao outro, sob a presença e proteção de quem os uniu: Jesus Cristo.

Minha relação com meu marido tinha muito de uma paternidade respeitosa. Eu, com meu instinto impulsivo, ele, com sua cautela sábia, própria da maturidade. Ele o freio, eu o acelerador. Ele a razão, eu os sentimentos. Ele conectando-se com Deus no silêncio, eu na comunhão diária, através dos cânticos e hinos litúrgicos. Já ouvi, algumas vezes, falarem da força que eu teria em suas decisões. Os mais íntimos, porém, sabem que, por mais insistente e convincente que eu fosse, a última palavra era a dele.

Unindo nossas diferenças, como nos completávamos.

Costuma-se dizer que os opostos se atraem. Discordo dessa afirmação. O que aproxima as pessoas é o sentimento imenso e inexplicável, de força incalculável, chamado: amor. Radiante e divino, faz o que é díspar se tornar complemento, o que é lacuna se transformar em preenchimento.

O amor sem admiração é incompleto. Sem o embate de opiniões divergentes é insosso. E, se for incapaz de possibilitar a troca de olhares e abraços, prazerosos apenas pela sensação de estar com o outro, sem outros interesses, é tudo, menos amor.

Durante o tempo em que meu marido esteve na UTI, pude colocar meu rosto no seu peito, como João fez com Jesus. Consegui beijar seus pés, como Maria Madalena procedeu com seu Mestre.

Também pude adormecer numa cadeira hospitalar, pegada em suas mãos, e sonhar. Sonhei com meu piloto predileto, que me fazia olhar para o horizonte.

E, nesse sonho, enquanto ele contemplava toda a beleza da natureza de que era amante, vi o sangue de Cristo escorrendo do céu e sendo derramado sobre seu corpo. Sobressaltada, acordei ofegante.

Foi um sonho intenso e enigmático, mas…. tão bom! Porque, por alguns instantes, meu espírito se abraçou ao dele e, juntos, demos um lindo beijo, fazendo nossos lábios se tocarem, como num ato de despedida, sob o céu infinito da paixão.’

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