3 de maio de 2024
Opinião

Voltar ou não: eis a questão para definir a volta as aulas

escola

Governado, pela primeira vez na sua história, por uma profissional de Educação, o nosso Rio Grande do Norte ainda não definiu o que ainda poderia fazer para não ficar apenas com o passivo de um ano letivo perdido, sem a definição de um esforço visível para mudar essa situação.

Até o presente a responsabilidade pela suspensão total das aulas vem sendo transferida para o “Comitê Científico” do governo e para o discurso de que “nossa prioridade é salvar vidas”.
A governadora Fátima Bezerra justificou a definição adotada, desde Setembro:

“Diante destes fatos e considerações informo que as atividades presenciais da Educação no RN só serão retomadas em 2021. Isto estará normatizado no próximo decreto que vamos publicar nos próximos dias para a rede de educação pública do Estado.”

A Governadora também usou a opinião expressa pela população em pesquisa que apresenta a posição de mais de 70% dos brasileiros que condicionam a volta das aulas presenciais só após a disponibilidade de uma vacina. Posição semelhante a levantada em consulta feita pelas direções das escolas estaduais.

TENTATIVA DE SALVAÇÃO

Enquanto isso outros Estados tem feito o possível para afirmar que não estão conformados em perder um ano letivo, sem oferecer uma demonstração de esforço realizado para impedir essa situação.

É o caso do Governo de São Paulo que, depois de idas e vindas marcou a retomada para a próxima semana, utilizando um processo gradualista. A volta será feita em esquema de rodízio de alunos definido pelas próprias escolas e dividida em três fases de retomada:

Primeira fase: somente 35% dos alunos de cada classe poderão frequentar as escolas a cada dia. Ou seja, em um dia vai um grupo, em outro dia, vai outro. Mas a Secretaria não informou qual modelo de rodízio as escolas devem se inspirar.

Segunda fase: até 70% dos alunos poderão frequentar as escolas a cada dia.

Terceira fase: 100% dos alunos podem voltar às salas de aula.

CUIDADOS ESPECIAIS

Os Estados que optaram pela tentativa de diminuir o prejuízo escolar, anunciaram uma série de medidas especiais constantes num protocolo para evitar que a escola se transforme em propagador do vírus. Para tanto algumas providências necessitam ser adotadas com rigor, em seis itens principais:

1 – O uso de máscara é obrigatório para todos dentro da instituição e no transporte escolar. A Escola também deve fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários.

2 – Bebedouro será proibido. Água potável deve ser fornecida de maneira individualizada. Cada um deverá ter seu copo ou caneca.

3 – Banheiros, lavatórios e vestiários devem ser higienizados antes da abertura, depois do fechamento e a cada três horas.

4 – Lixo deve ser removido no mínimo três vezes ao dia.

5 – Superfícies que são tocadas por muitas pessoas devem ser higienizadas a cada turno.

6 – Ambientes devem ser mantidos ventilados com janelas e portas abertas, evitando toque em maçanetas e fechaduras.

CÓDIGO DE COMPORTAMENTO

Além disso é necessário que seja implantado um código de comportamento a ser adotado nesses tempos de pandemia para alunos e professores limitando as atividades de cada unidade escolar num conjunto de atitudes.

• Estudantes, professores e funcionários devem manter distanciamento de 1,5 metro entre si.

• Horários de entradas e saídas serão organizados para evitar aglomeração, e serão preferencialmente fora dos horários de pico do transporte público.

• Continuam proibidos: feiras, palestras, seminários, competições e campeonatos esportivos, comemorações e assembleias.

• Intervalos e recreios devem ser feitos sempre em revezamento de turmas com horários alternados.

• As atividades de educação física estão permitidas desde que se cumpra o distanciamento de 1,5 metro. Preferencialmente devem ser realizadas ao ar livre e com cuidando da higienização dos equipamentos.

PELA PEIMEIRA VEZ

Enquanto a escola pública no RN resolveu seu problema com um decreto, a escola particular não aceitou ficar inerte no prejuízo, e estruturou-se para retomar o ano letivo; mas esbarrou na proibição formal do governo. Além de suspender as aulas na escola particular o governo fez de tudo para que esta continuasse sem funcionar.

Inconformados com essa situação, pela primeira vez, alunos e professores dos colégios particulares ocuparam a Praça Sete de Setembro, em frente a Assembleia Legislativa. E trazendo um novo argumento: por que a escola continuava proibida de funcionar e os bares eram liberados?

Boa parte da escola particular manteve as aulas por sistema remoto com o devido acompanhamento, até que veio a liberação há três semanas, com rígidas restrições, que vem sendo cumpridas. Nessas três semanas não se conhece um só caso de pessoa infectada pelo covid-19.

E a recuperação do prejuízo pela suspensão das aulas, como fica?

“A recuperação não se dará neste ano. Não adianta só estender mais um mês, mais dois meses. Nós vamos fazer uma recuperação em dois anos, até o final de 2022, para recuperar prejuízos de aprendizagem pós pandemia. Não tem mágica para curto prazo.” Afirmou uma autoridade em ralação a escola pública, chutando o problema mais pra frente.

A escola particular, enquanto isso, faz de tudo para reduzir o prejuízo e no menor prazo. A escola pública permanece silente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *