25 de abril de 2024
Economia

Refinaria Clara Camarão é diminuída e passa a ser apenas um ‘Ativo Industrial’

O nosso combalido Rio Grande do Norte acaba de sofrer mais uma perda: da Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, que perde o ‘status’ e passa a ser apenas um Ativo Industrial.

Segundo Jean-Paul Prates, Presidente do Sindicato das Empresas do Setor Energético do Estado do Rio Grande do Norte (SEERN), foi oficializada internamente a devolução da Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC) para a Diretoria de Exploração & Produção que passará a se chamar “Ativo Industrial de Guamaré”.

“Esta decisão significa, em poucas palavras, que a Refinaria Potiguar Clara Camarão, do alto de suas sucessivas conquistas de aumento de capacidade, aprimoramentos técnicos, investimentos em expansão e gestão técnica e comercial especializada, deixará de ser considerada uma REFINARIA. Portanto, ficará totalmente excluída do Plano Estratégico e das discussões da Diretoria de Refino e Gás Natural (anteriormente denominada Refino e Abastecimento)”, afirma Jean-Paul.

Para Jean-Paul, a perda do status significa o fim da refinaria: “Isso é decretar a morte da nossa refinaria, assim como se decretou recentemente a suspensão das atividades de perfuração terrestre em todo o País e o fechamento da planta de biodiesel de Guamaré – sem que houvesse qualquer entendimento ou conversa com os líderes políticos e empresariais do nosso Estado, que, durante décadas, promoveu, com prioridade, incentivos fiscais, licenças e parcerias sócio-ambientais com a empresa para ajudar a viabilização de seus projetos”.

A Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC) recebeu recentemente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a autorização para passar a processar 45 mil barris por dia de petróleo com possibilidade de expansão em curto prazo para 66 mil barris por dia de capacidade. Passou assim à frente da Refinaria de Manaus (REMAN) quanto a capacidade de processamento. Uma conquista importante para o RN e que deveria ser comemorada como consolidação de uma jornada que pode levar à revitalização do setor de petróleo no Estado, se devidamente trabalhada. A nova capacidade representa a possibilidade de refinar quase 80% da produção de petróleo atual de toda a Bacia Potiguar (que inclui campos no Rio Grande do Norte e no Ceará), podendo rapidamente se atingir a autossuficiência em refino no Estado.

“Sem a Refinaria de Guamaré, como refinaria, não há como se pensar no futuro do setor de petróleo no Rio Grande do Norte. Seremos relegados a um província decadente e insignificante, e gradualmente a atividade se reduzirá a números meramente simbólicos, tanto de produção quanto de empregos e resultados sociais e econômicos”, finaliza Jean-Paul, que foi Secretário de Estado de Energia do Governo Wilma de Faria.

Refinaria Clara Camarão