Artigo de Flávio Rocha mostra que Reforma Tributária divide apoiadores de Bolsonaro
A Tribuna do Norte de domingo traz artigo do empresário Flávio Rocha sobre a “famigerada” PEC 45 – a proposta de Emenda Constitucional sobre Reforma Tributária, que poderá ser aprovada na Câmara Federal nos próximos dias.
Ao contrário da Reforma da Previdência, que vinha amadurecendo desde o Governo Temer, e por isso mesmo vista como de extrema necessidade no primeiro ano do Governo Bolsonaro, o mesmo não ocorre com a Tributária.
A união ideológica em torno de onde se cortar e onde preservar em termos de tributos é uma conta bem mais difícil de fechar.
E aí o X da questão. Parece dividir a Direita e o projeto de Centro do Brasil. Aquela turma que entende levar o país “de parasitas” nas costas.
Senão vejamos.
Segundo o artigo de Flávio, que tão bem representa o pensamento do empresário da Faria Lima, a PEC -45 do deputado Baleia Rossi “beneficiaria determinados setores, mas seria totalmente desastrosa para grande maioria dos brasileiros”.
Os beneficiados seriam:
- Bancos
- Setor financeiro
- indústria automobilística
- empresas de telecomunicações
O raciocínio é que esses setores não são atingidos pela informalidade. Como talvez o setor de confecções e varejo de uma forma geral, apesar do exemplo escolhido ser a manicure do bairro.
O formato atual é criticado há anos pelo grupo de Flávio, que ganhou notoriedade pela luta do Imposto Único, desde a década de 90. Agora, o inimigo não é carga tributária em si, mas a forma que o novo parece trazer.
“O sistema tributário atual é muito ruim, mas não há nada que seja tão ruim que não possa piorar”.
VOLTA DO ICMS?
Assim como o super Ministro Paulo Guedes, que já ensaiou algumas vezes a volta do ICMS, sendo cortado pelo chefe, Presidente Bolsonaro – por saber que a ideia é esta com péssimos olhos para grande maioria da opinião pública – Rocha defende o modelo:
” uma experiência que já deu certo. A CPMF, que vigorou por dez anos, até 2007, provou que taxar as transações financeiras é de uma eficiência sem par”.
E QUEM PERDE COM A PEC 45 NO FORNO DO CONGRESSO?
- Construção civil
- setor de serviços
- agropecuária
- turismo
- varejo
E é esse grupo que se organiza para ir à rua, no próximo dia 17: “Contra a PEC 45”.
O fato político e positivo da Reforma Tributária que parece dividir o Brasil “rico”, o que parecia uno e indivisível a partir de 2018,é a possibilidade de diálogo e caminhos buscados além dos extremos.
E isso talvez ocorra na Casa do Povo, onde políticos não têm mandatos “para obrar contra o interesse da maioria”, mas, pelo contrário, para saber ouvir e representar o que é melhor para o Brasil da Faria Lima ou na Alfredo Fernandes lá … em Mossoró.