26 de abril de 2024
Cinema

CRÍTICA PÓS VERTIGEM

95780E3B-DA5F-40BA-9D7F-05A6943D9C1CTão logo foi anunciada a estréia (e a campanha de boicote), o sucesso estava escrito e garantido.

Não dava pra imaginar era o tapete vermelho.

Rotulado de panfleto partidário de derrotados, passou a contar com menos da metade dos potenciais assistentes. Isentões à parte.

O documentário com imagens de cenas conhecidas, já mostradas à exaustão  nos noticiários das TVs, sob outras perspectivas e ângulos, convida o espectador a opinar junto.

E discordar do que vê, quando preciso e necessário.

O público é levado a ser testemunha ocular do que aconteceu e vai sendo mostrado.

Em momentos mais eletrizantes bate até aquela vontade de também  prestar depoimento, quem sabe, muitos, uma delação premiada.

Com um prólogo esclarecedor, o público estrangeiro igualmente não será enganado.

Mesmo quem  o assista como a mais um dos muitos enredos de filme B, rodados nas republiquetas bananas.

Desde o início, fica bem claro quem conduz a narrativa. E para onde, na voz monótona e desesperançosa quer levar a trama.

D8496DC1-6D03-49B1-BF24-D44F2E79778EA diretora, narradora e fio condutor que tece a história recente e em curso, se apresenta sem nada esconder.

Suas origens, com direito a filmetes da infância e adolescência, ascendência e currículo. Às claras.

Uma estória dentro da outra.

O álbum familiar aberto para quem quiser entender o tom da narrativa que vem pela frente.

Destaque especial para a mãe. Militante e presa política.

Real e forte influência na formação do pensamento crítico da locutora que nos fala.

Os fatos de amplo conhecimento, com poucas revelações inéditas, contados por quem é parte de um todo mas como tantos, tem o seu lado.

E é sempre bom lembrar que há o outro lado que é o lado de lá.

Simpatias, tietagens e adorações à parte, os principais personagens tiveram à disposição, ouvidos e gravadores.

Sorridente e simpático, o derrotado na eleição que acabou em impeachment prometeu falar.

Calou.

Sabe-se agora, depois do filme editado e algumas lavagens a jato, por sonsice.

Hoje, a versão cheia de paixão está em debate.

A verdade pede mais tempo.

Quem sabe, numa sequência, o calendário não avance para as últimas cenas.

…alguns anos depois…

Quando tudo isso terminar, o resto da história será contada.

Sem causar vertigem a ninguém.

2 thoughts on “CRÍTICA PÓS VERTIGEM

  • Carlos Ivan

    Seria uma vergonha se o primeiro Oscar alcançado pelo Brasil, fosse de um documentário cheio de mentiras e omissões, enxergando apenas um lado dos acontecimentos e tentando transformar, o maior de todos os corruptos do Brasil (condenado em dois processos), em herói injustiçado. Dá Vertigem.

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    • Vera Lucia

      Tem toda razão, esse era meu pavor

      Resposta

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