Dois Papas era pra ser só um; o Francisco
O cineasta Fernando Meirelles foi o entrevistado de ontem no Roda Viva.
Falou sobre cinema, cultura, meio ambiente, Oscar e Dois Papas, claro.
De pronto, uma novidade; o filme diálogo entre os dois Papas da Igreja com pensamentos antagônicos da Igreja Católica era para ser a história do Papa Francisco.
Somente pertinho de ficar pronto é que sofreu a transmutação para Dois Papas.
Meirelles deixou clara intenção de abordar a polarização que o mundo vive e a Igreja também. A possibilidade de diálogo e respeito entre contrários.
Um agnóstico que se permitiu repensar valores e até a reconhecer a importância/necessidade da confissão. Para católicos e não católicos. Um zerar do jogo com a possibilidade de recomeçar a partir do reconhecimento dos próprios erros.
Ah, a nossa senhora da auto-crítica tão rara e tão necessária para este mundo de intolerância e julgamento/execração de quem pensa … diferente.
Sobre a indústria do cinema, mais um revelação interessante, as plataformas de streaming – Netflix e cia limitada – podem ser a salvação do cinema. E até querem/pretendem conviver de forma mais harmônica com a sétima arte.
Embora a recíproca não seja tão verdadeira. Meirelles declarou a dificuldade para rodar Dois Papas em salas de cinema; “até as independentes colocaram dificuldades”.
No caso, um acirramento anterior ao da polarização político-ideológica. A reserva de mercado.
Dois Papas concorre a três estatuetas do Oscar no próximo domingo.