Enildo Alves era incansável combatente do kit anti-Covid

A entrevista que reproduzo  a seguir foi publicada por este Território Livre em maio de 2020.

Tão atual. Ali não se sabia muita coisa sobre Coronavirus e como enfrentá-la.Nem se podia imaginar que a Cloroquina seria tema de CPI um ano depois.

O professor, médico e ex-vereador Enildo Alves, 71 anos,  queria alertar as pessoas do mal que o tratamento inadequado poderia fazer à população em geral.

Ele não queria se promover, aparecer, gerar algum retorno. Era a fala de alguém que tinha espírito público aguçado e o idealismo de quem dedicou uma vida ao ofício de tratar outras pessoas.

Hoje, a notícia de sua morte. O colega Heitor Gregorio informou:

Acaba de falecer em Natal, o médico, professor e ex-vereador, Enildo Alves.

Nos últimos dias se submeteu a uma laparotomia exploradora de emergência, para identificar possível problema gastrointestinal.

Foi diagnosticado também um sangramento no aparelho digestivo e acaba de falecer.

Enildo era uma referência na hematologia. Atuava como médico do Hospital Onofre Lopes, professor da UFRN e com clínica privada no Hospital do Coração – NATAL RN.

Na política, teve vários mandatos de vereador em Natal.

ENTREVISTA EM 22 DE MAIOR DE 2020

Hematologista, professor da UFRN por mais de 40 anos e ex-vereador de Natal, o médico Enildo Alves falou há pouco em este Território Livre.

Ele está preocupado com os números  de Coronavirus que tem visto no Rio Grande do Norte.

Segundo ele, um laboratório privado de Natal apresentou média na última semana, 6 casos positivos para cada 10 exames realizados.

Os casos vão pipocar. Você vai ver… 

Mas a preocupação maior de Dr Enildo é com o uso indiscriminado de Cloroquina no uso do tratamento de Coronavirus, sem qualquer comprovação científica. Pelo contrário, com a constatação de relatos sobre efeitos colaterais fatais.

Citando os Hospitais Giselda Trigueiro e da Hapvida como adeptos ao uso, falou de casos que acompanhou de perto.

Eu vi um paciente de 52 anos usar esse medicamento e 40 horas depois morrer de parada cardíaca no Giselda Trigueiro. Isso tem que ser proibido o quanto antes. 

Para o médico o mais grave é a informação que envelopes (foto) de Cloroquina têm sido distribuídos de forma indiscriminada a pacientes com sintomas semelhantes ao do vírus.

“Existem outros medicamentos que podem ser utilizadas para aliviar os sintomas. Como tamiflu, corticoide e remédios a base de zinco. Mas Cloroquina, não. Isso é um crime.