Ministério de Rogério Marinho volta a ser especulado como moeda na disputa do Senado
Do Valor
Em uma conjuntura de tensão, agravada pelo lançamento da candidatura do MDB à presidência da Câmara, o Palácio do Planalto entrou em campo pela construção de um nome de consenso para a sucessão de Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado.
PRESIDENTE QUER CONSENSO ENTRE DEM E MDB
O presidente Jair Bolsonaro fez chegar às cúpulas do DEM e do MDB que o melhor cenário para o governo seria a convergência entre os dois grupos em torno de uma candidatura única na Casa.
Senadores do grupo de Alcolumbre reivindicam ao Planalto sua nomeação para o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), hoje comandado pelo ex-deputado Rogério Marinho.
Em outro desenho, Alcolumbre assumiria a Secretaria de Governo, no lugar do general da reserva Luiz Eduardo Ramos.
Um aliado de Alcolumbre pondera que à frente do Desenvolvimento Regional, Alcolumbre “ajudaria mais os senadores”, porque a pasta executa políticas públicas estratégicas no âmbito estadual, como os programas de moradias populares, e de combate à seca.
Mas se assumisse a articulação política, ele “ajudaria mais Bolsonaro” na interface com o Congresso.
ALCOLUMBRE QUER BANCAR NOME DO DEM ATÉ O FINAL
Ao regressar da viagem a Santa Catarina, Bolsonaro almoçou com Alcolumbre, e seu pré-candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Palácio da Alvorada, no último dia 24. Alcolumbre aproveitou o encontro, que não constou da agenda presidencial, para mediar uma aproximação de seu aliado com Bolsonaro.
Interlocutores de Alcolumbre ouvidos pelo Valor acreditam que as pressões para que o Planalto atue na busca de um consenso partem do MDB, e descartam o entendimento neste momento. O presidente do Senado tem dito a pessoas próximas que são os emedebistas que apelaram ao Planalto pela interferência na disputa.
Por outro lado, o presidente do Senado tem sido enfático ao rechaçar a possibilidade de o DEM aceitar um cargo ministerial em troca da retirada de Pacheco da disputa no Senado. Segundo um interlocutor, Alcolumbre só vai analisar possíveis convites do governo para assumir um ministério a partir de fevereiro. E eventual convite não seria moeda de troca.
Acabou a mamata?
Ninguém negocia com o Centrão?
É para rir.
Alcolumbre deveria ficar satisfeito com a foto pendurada no corredor do Senado. Pena que esse será mais um que não faz jus ao cargo de presidente de uma casa legislativa tão importante.