26 de abril de 2024
Educação

PISA NA FULÔ


8837D229-EF7D-4DE4-A525-C72C3209106BNão se justifica tanto espanto com os sofríveis resultados dos nossos estudantes no Pisa 2019.

A não ser dos devotos de Santa Edwiges, esperançosos de sua intercessão para nivelar nosso sistema educacional aos da Finlândia, China ou Cingapura.

A cada três anos, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) avalia jovens que tenham completado 15 anos de idade e os comparam com colegas de 80 países no Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes

Muito além dos testes dos conhecimentos em matemática, ciências e leitura, é feita avaliação dos fatores dentro e fora da escola que influenciam na aprendizagem.

A pouca participação e a total ignorância das famílias do que ocorre nas escolas é constatada pela baixa frequência às reuniões de pais e mestres.

No Brasil,  mais de um terço dos responsáveis recalcitrantes alegam que a falta de segurança é o motivo pelas ausências justificadas. No México, é ainda pior.

A situação não deve melhorar tão cedo. A violência pulou os muros das nossas escolas. Para dentro delas.

O ministro impronunciável e mal-educado, escravo da lei do menor esforço, posando de astuto, manda a fatura para os inimigos vermelhos de sempre.

Essa parada não é federal. Nem mesmo do ensino público.

Estamos todos na mesma sala de aula.

Voando.

O jovem escriba e editor Carlos Fialho, no seu microblog, fez a mais reveladora  avaliação dos resultados da aprendizagem na província potiguar.

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Se os alunos não vão bem, imaginem seus professores.

Eles já não têm o mesmo prestígio mas exercem uma profissão, sem glamour, que ainda é mais procurada do que se pensa e divulga.

De todos  os universitários brasileiros, os de Pedagogia só perdem, em número, para os de Direito e Administração.

Há mais de mil cursos em todo o país. 80% no setor privado.

Nas faculdades públicas, o funil ainda é de boca estreita. Somente um em cada doze candidatos consegue vaga.

São maioria na educação a distância e nas escolas particulares, sem exames seletivos de admissão, são encontradas mensalidades tão acessíveis quanto 180 reais. E não se fala no FIES.

Com insumos abundantes e  linha de produção a toda capacidade, o resultado final tem baixo custo.

E depois, o salário, oh!

Não se transfira toda responsabilidade para a outra vítima desta tragédia sem fim.

Educação se faz com respeito.

 Não  pisem nas flores.

One thought on “PISA NA FULÔ

  • Geraldo Batista de Araújo

    Cada dia melhor. Notas curtas e certeiras. Quem não aprecia é por inveja. Inté logo mais no Bosque.

    Resposta

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