“Ninguém é dono da verdade. A justiça é, em si, a busca da verdade”
Este TL pinça a qualidade do texto do Professor – imortal – Cláudio Emerenciano sobre as longas noites que nosso Brasil vivencia nos últimos anos.
Vale a leitura:
O Brasil vive mais uma de suas noites. Não é uma guerra, que o lança na agonia das incertezas. É, antes de tudo, uma sensação de temor à loucura do poder, à insensatez, à violência, à criminalidade crescente e à instabilidade das instituições. Decorre ainda de confrontos insanos e radicais, principalmente via redes sociais, e da corrupção em seus quadros políticos. Decomposição moral de quem é escolhido para servir e não para se servir. (…)
As garantias individuais, consagradas na Constituição, são irremovíveis. São cláusulas pétreas. Vigoram como razão de ser da ordem constitucional.
Certa vez Winston Churchill afirmou que a “democracia é a pior das formas de governo, com exceção de todas as demais que já existiram”.
Entenda-se também que “a democracia é o caminho de progressão para a liberdade”, disse o jurisconsulto e pensador Hans Kelsen. Caminho que significa consagração inconteste da dignidade humana.
Enfim, não é possível alcançar os ideais democráticos sem vivenciá-los. Exercitá-los livremente. Essas práticas sedimentam uma cultura, que se enraíza gradualmente na alma, nos sentimentos, nos corações, nos hábitos e costumes dos cidadãos.
É vital distinguir no Brasil entre o fazer justiça, aplicando a lei, e pretender ser “justiceiro”. O justiceiro é um facínora, seja agente policial, membro do Ministério Público, magistrado ou chefe de executivo federal, estadual e municipal. Avilta suas funções, ignora o Direito e mina a vida civilizada, fecundando pessimismo e insegurança. Pois ninguém é dono da verdade. A justiça é, em si, a busca da verdade.