26 de abril de 2024
Coronavírus

O SEGREDO NAS MARÉS

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Cinquenta anos depois, os 90 milhões de técnicos de futebol se transformaram em 212 milhões de epidemiologistas.

Mesmo sem concluir o primeiro ano do curso de imersão total, o assunto já é de domínio público.

O homem é um animal que evolui por ter um outro  aguçado sentido, além dos cinco conhecidos.

A capacidade de fazer previsões tem garantido a sobrevivência e o domínio da espécie sobre as demais.

Observando as mudanças no tempo, antecipando o melhor momento para plantar, por sucessivas  gerações, com um pé e o pensamento no futuro. No que haveria de vir.

A permanente dúvida de como será o amanhã é o sentido da vida.

E se já estiver tudo escrito?

Aqueles que se destacam pela habilidade de antecipar o conhecimento recebem reconhecimento. São pessoas especiais.

Profetas. Cientistas.

Com o passar dos tempos a necessidade de se preparar para o que ainda está para acontecer, obrigou a humanidade a se armar de  novas ferramentas.

A visão de futuro possibilita o sucesso nos negócios.

Os novos empreendimentos dependem de quem vê antes como será o que ainda não existe.

Não basta ter feeling , é preciso provar que o pressentimento é igual ou muito próximo do que está para acontecer.

O bom comentarista esportivo faz o espectador acreditar que a troca de um jogador ou mudança tática, modificará o resultado da partida.

A chance de acerto continua a depender do resultado, mesmo se o técnico da equipe  fizer as modificações imaginadas.

Não deixam de dar opinião, fazem conjecturas e antecipam palpites.

As vésperas das eleições são tempos de se praticar intensamente a futurologia.

Apesar da certeza que terminada a apuração, os vencedores serão conhecidos, muito trabalho, recursos e tempo são consumidos para se divulgar o resultado com alguma antecedência.

Nem que sejam poucas as horas e os minutos, até a boca da  urna.

Os louros da vitória serão divididos entre eleitos e institutos de pesquisas que acertaram na mosca ou pelo menos, não muito longe do centro do alvo.

A pandemia trouxe este know how acumulado para o acompanhamento da sua evolução.

Estudos matemáticos em desenhos gráficos, mostram tendências de crescimento, estabilidade, ou redução do número de casos.

Os dados coletados vão se acumulando em curva que, atingido o apogeu, torna o que ainda acontecerá,  previsível.

Incontrolável, a doença avança, recua e sem cura ou prevenção eficaz, continua.

Como as ondas do mar.

Aprender com elas é o caminho.

Mal quebram na praia, outra já se forma e vem fazer igual à que deixou de existir.

São sempre parecidas mas não, as mesmas.

Quem está perto da arrebentação aprende que enfrentar a força inevitável, de peito aberto, é tombo certo.

As marés têm ritmo que não muda.

O banho pode continuar prazeroso.

Mas é preciso  ficar atento aos movimentos.

Tem a hora de mergulhar.

A onda vai passar.

E a outra… e a outra…

e a outra…

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