26 de abril de 2024
CULTURA

Ser ou não ser o Governador é essa a questão dessa eleição

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Roda Viva – Tribuna do Norte – 23/03/22

Nosso Rio Grande do Norte, que durante anos era colocado como um dos Estados mais politizados do Brasil (porque apurados os votos de uma eleição, derrotados e vitoriosos já tinham candidatos definidos para a próxima), desta vez ficou marcado pelo pouco interesse de alguém precipitar da disputa governamental, e somente faltando dez dias para o término dos grandes prazos é que, finalmente, sinalizam com a existência de uma chapa da oposição à Governadora candidata à re-eleição.
Assim mesmo quando se admitia até a possibilidade do pleito ser definido por WO, quando se aventa a possibilidade de não haver um candidato na disputa, notou-se algumas movimentações despertadas pelos prazos legais.
Ocupantes de cargos e funções, sem falar na grande mudança nas regras do jogo com a proibição de coligações nas eleições proporcionais, que mudam totalmente a lógica da política brasileira com os partidos tendo pouco mais valia de que um rótulo ou uniforme de vida breve, e por isso estão tendo de se enquadrar numa nova realidade, demonstrando tal interesse
E este assunto, pelo menos, ainda gerava algum interesse entre os detentores de mandato eletivo. Embora ninguém, além de Fátima, tenha demonstrando – com força – querer ser Governador do Estado.

SEM COLIGAÇÃO

Pelo que se percebe é a Lei dos Prazos – Lei Complementar nº 64/1990 – que está arrumando os partidos sem o vício das coligações que só tratavam dos interesses dos seus donos, facilitando a vida deles com um tintura de legalidade.
No momento atual a Lei dos Prazos vem comandando a própria vida partidária. Com poucas exceções, os partidos políticos conviveram com uma realidade que tem, na atual bancada federal do RN o retrato de uma realidade com necessidade de mudança. As coligações garantiam o quociente eleitoral, e os compromissos terminavam com a diplomação dos eleitos.
Sem coligação, com cada uma precisando ter um base mínima de compromisso, até porque o voto sem coligação é que define a participação de cada partido na distribuição do fundo partidário. Nesse ponto, o Partido dos Trabalhadores é uma exceção em matéria de participação de filiados na vida partidária.

O TEMPO CHEGANDO

Até a semana anterior se mantinha o marasmo, mas foi criada a expectativa de que algo de novo poderia acontecer. Um dos nomes da eleição, o ministro Rogério Marinho, candidato ao Senado, começou a fazer as suas despedidas do cargo de Ministro (numa programação que vai até a sexta feira próxima), Tudo parecia embalado, Mas, e o candidato a Governador?
O mais falado, Ezequiel Ferreira de Souza, mantinha o seu silêncio e quando alguém falava em seu nome, lembrava que só ele mesmo é quem podia falar,
Isso caminhando com desenvoltura dos dois lados, e tendo participado de mais de uma conversa com Fátima Bezerra, aparentando que não teria dificuldade de um lado ou de outro. No sistema governista Ezequiel foi um apoiador da atual Governadora, dando enorme contribuição para a governabilidade.

CONFUNDIR SEM EXPLICAR

A grande surpresa foi uma nota distribuída no sábado por Ezequiel Ferreira, Presidente do PSDB, e Walter Alves, Presidente do MDB, anunciando que haviam chegado a um acordo para marcharem juntos na próxima eleição. Detalhe: poucos dias antes, Alves aparecia como Vice de Fátima Bezerra, uma espécie de figura do “vice universal” que se adapta a qualquer candidato a Governador, situação ou oposição…
Deixavam claro na nota que os dois seriam os candidatos contra Fátima, mas não se identificou uma só crítica ao estilo dela governar, ou mesmo alguma proposta de mudança nas prioridades do atual governo.
Tratou-se de nominata e, aparentemente, sem reclamação pelo a MDB da perda de seus dois deputados estaduais, que deverão concorrer pelo PSDB de Ezequiel. Mas, no projeto do MDB exista a conquista de um mandato para o ex-governador e ex-senador Garibaldi Alves Filho, provavelmente de Deputado Federal.
A nota anunciando o acordo de Ezequiel e Walter deixou tantos pontos obscuros que fica difícil entender o esforço além de fechar a cabeça da chapa.

UMA CAMPANHA DE DÚVIDAS

Depois de tudo, ainda permanece a dúvida: – É essa a chapa da Oposição? E Ezequiel é candidato?
Em contra-partida o noticiário é claro: “Chapa da Oposição deve ser anunciada na próxima semana”. As direções estaduais do PSDB e MDB – diz o noticiário – só devem anunciar na próxima semana, oficialmente, a formalização de uma chapa majoritária para as eleições de Outubro.
No lado do Governo é anunciando um encontro da governadora Fátima com o seu provável adversário, o que contribui para manter o clima de dúvidas. No meio disso tudo ainda existe um complicador: nenhum dos lados ainda se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Resumo da ópera: a verdade é que, noves fora Fátima, todos estão na vala comum, os candidatos que entram para disputar com alguma possibilidades. Restando os que tem vontade mas são carentes de voto e esperam que as urnas os tirem do anonimato.

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