VUMBORAT
Borat Sagdiyev, o segundo jornalista mais famoso do Cazaquistão, está de volta.
14 anos depois, o personagem interpretado pelo humorista inglês Sachs Baron Cohen ataca novamente. E promete mais uma vez arrebentar a bilheteria. Agora na Amazon streaming, enquanto as salas de cinema não são reabertas.
Se da outra vez ele incorporou o espírito easy rider e percorreu caminhos e country roads desvendando a alma do americano middle class, desta vez, ele vem acompanhado da filha de 15 anos.
O festival de situações que viram piadas de (mau?) gosto duvidoso, continua. O alvo são os políticos e a eleição 2020.
A técnica das filmagens continua a mesma.
Diálogos com pessoas em suas atividades cotidianas e aparência de entrevistas à indigente e bizarra equipe de TV.
O primeiro filme terminou em várias demandas judiciais pelo uso não autorizado das imagens.
O segundo, na pré-estreia já começou causando constrangimento ao ex-prefeito de Nova Iorque, dos principais advogados de Trump, que aceitou ser entrevistado pela televisão mambembe, em um quarto de hotel.
Rudolph Giuliani por muito pouco não avança o sinal com a adolescente-assistente Tutar (vivida por Maria Bakalova) antes de descobrir que o enredo gaiato era ficção.
Até chegar ao objetivo da excursão, as vísceras da América são expostas nas contradições do establishment. Racismo, misoginia, armas, antissemitismo, aborto.
A sub-celebridade da Ásia Central que teria cumprido pena de prisão por ter denegrido a imagem do seu país, tem uma segunda chance.
No Filme Subsequente, Borat volta como embaixador de boa-vontade com a missão de agradar ao Presidente McDonald Trump.
Lógico que o caminho mais curto é espinafrar os democratas e fazer como os republicanos.
Sem nenhuma preocupação em não parecer politicamente incorreto.
Lançado às vésperas da eleição, mesmo não tendo conseguido presentear o “vice-premier” Mike Pence com a filha adolescente, os produtores esperam que o público feminino reflita sobre o voto que irão dar, ou que já anteciparam.
Seria bom se a próxima parada da trupe fosse em certa republiqueta mais ao sul.
Assunto não falta.
Só a primeira família dá pra rodar um longa metragem.
Com uma única mudança.
No país onde a arte não consegue imitar o escracho, os atores são dispensáveis.
Ou quem haveria de interpretar um senador explicando como a dinheirama foi parar no seu cofrinho?
Guga Chacra no Twitter:
E não é que o Bolsonaro aparece como motivo de chacota no início do novo filme do Borat?
TL esclarece:
Como um dos líderes mundiais, ao lado de Trump, Putin, Kim Jong-un e o rapper Kanye West