30 de abril de 2024
Economia

Cadeia produtiva do Seridó evita ampliar investimentos depois do processo contra a Guararapes

O Seridó já começou a sentir os efeitos do processo movido pelo Ministério Público do Trabalho contra a Guararapes. Com medo do desemprego, que poderá ocorrer em decorrência da saída da empresa da região, os trabalhadores reduziram seus gastos e os empreendedores desistiram de ampliar seus negócios.

Essa nova e imprevista realidade trouxe apreensão e pânico à cadeia produtiva de várias cidades que vivem ou orbitam em função das mais de 100 oficinas de costura, facções, como são mais conhecidas espalhadas pelo Seridó, que empregam milhares de pessoas.

“Ninguém quer fazer contas com essa incerteza”, diz a presidente da Associação dos Faccionistas, Eva Vilma. Proprietária da J.J. Confecções, ela está com um galpão praticamente pronto para entrar em operações, mas decidiu esperar o desfecho do processo contra a Guararapes.

Nesta quinta-feira, 05, as entidades representativas dos empresários (FIERN, Fecomercio, Faern e Sebrae) levaram jornalistas de Natal para visitar facções em São José do Seridó e Parelhas.

Nas duas cidades, o grupo visitou quatro facções. Três na cidade e uma na zona rural. Conversou com os prefeitos das duas cidades, representantes do comércio locais, empresários das facções, trabalhadores e a presidente da Associação dos Faccionistas.

Prefeitos e comerciantes defendem o Pró-Sertão

“Esse programa {Pró-Sertão} foi um incremento para a economia do município que não trabalhava com o ramo da indústria têxtil e dependia das 46 indústrias cerâmicas, hoje só temos 18. A preocupação do MPT deveria ser com tudo o que deu certo”, disse o prefeito de Parelhas, Alexandre Petronilo. Na cidade existem atualmente 13 facções. Ele contou que estava preocupado e defendeu o diálogo entre o MPT e a Guararapes para evitar o pior. “O Brasil precisa manter os empregos”.

São José do Seridó conta com 15 facções que garantem a sobrevivência da população movimentando mais de R$ 700 mil na economia local. A prefeita Maria Dalva afirma que a renda gerada pelo Pró-Sertão é de mais de 60% do Produto Interno Bruto do município e que o setor gera mais empregos do que a Prefeitura. “É 150% a mais do que temos na prefeitura local”, disse.

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