2 de maio de 2024
Eleições

1º debate terminou às 2 da madrugada sem envolver eleitor comum

debate

O primeiro debate da eleição municipal de Natal ocorreu, como tem sido praxe, na Band TV, com todos os 14 candidatos convidados  e 13 presentes para falar de suas propostas, atacar adversários, defender seus mestres, esquerda/direita volver entrando pela madrugada.

1h55 minutos foi a hora que a jornalista Anna Ruth Dantas se despediu de seus telespectadores. Louvável a atitude e intenção da emissora e profissionais envolvidos em manter acesa a chama da democracia mais ampla e irrestrita.

Mas quem acordado até 2h da madrugada para definir seu candidato à Prefeitura de Natal, tendo que acordar cedo no dia seguinte? Difícil imaginar interesse além dos envolvidos diretamente com candidatos e pauta eleitoral.

Deu preguiça até para os que têm dever por ofício de assistir. Em certos momentos parecia que os próprios participantes estavam cansados de ouvir os pares, preferindo a tela de seus smartphones. Uma inovação em se tratado de formato de debate na TV.

O prefeito Álvaro Dias (PSDB),  líder de todas as pesquisas, foi a ausência sentida e criticada por seus oponentes. Em nota, a explicação de viagem a Brasília para cumprir agenda administrativa.

Esteve presente na fala de quase todos adversários ; de seu recente aliado Hermano Morais (PSB) a Afrânio Miranda (Podemos), lembraram as condições “caóticas e precárias” de ruas nas comunidades como da África ou em bairros da Zona Norte de Natal.

Recebeu estocadas do candidato do “PSL, 17, do partido que elegeu Bolsonaro”. O delegado Sergio Leocádio foi dos mais contundentes, chegando na sua despedida a sacar algemas do bolso “para prender os bandidos corruptos de Natal”. Logo ele que teve o lider maior – Bolsonaro – ausente de todos os debates de 2018, mesmo antes da fatídica facada.

O candidato do Novo, Fernando Pinto surpreendeu pela agressividade que tratou o deputado Kelps Lima (SDD). Um tom sem propósito para uma campanha fria, sem perspectiva de esquentar: – “O senhor cometeu crime. O senhor é um criminoso…!”. Experiente na política e nas disputas, Kelps não entrou no clima. Usou o direito de resposta para falar de outro tema.

O Senador Jean Paul Prates (PT) foi brindado com ataques adversários já na entrada do Hotel Holiday Inn, onde estava o estúdio da Band.  A polarização vista dentro, começou na calçada e deve acompanhar a campanha até novembro. De saldo, de concreto, de importância para Natal? Nada.

Prates chegou a falar no cheque da primeira-dama Michele Bolsonaro, uma tentativa de levantar a plateia petista : “.. essa indignação toda que vemos aqui, onde está sobre o cheque de R$ 89 mil reais que recebeu  primeira-dama? Onde está essa indignação toda?

Sem respostas lá e cá também.

Mais na frente, uma tentativa de embate sobre os problemas do transporte público de Natal com o professor Carlos Alberto, do PV. Prates falou em caixa preta, o professor revidou e disse que falava estudo e conhecimento sobre o tema. Vendeu seu peixe da tarifa zero. Naquela altura do campeonato, projeto difícil de explicar e convencer a plausibilidade em tão pouco tempo.

Passava da uma da madrugada, quando a candidata do PSOL perguntou a candidata do PSTU sobre seu projeto para “causa animal de Natal”. Pareceu enfadonho, e foi.

Mais um bloco para as considerações finais.

As moças responsáveis pela higienização dos púlpitos faziam mais uma longa travessia entre cada fala dos candidatos. Sinal dos tempos e, certamente, a novidade maior que o Covid-19 impôs ao mundo – da política,  da vida real, do ano eleitoral.

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