A vez do Viagra
Viagra, o megassucesso da Pfizer no tratamento da impotência sexual, está sendo proposto também para pacientes com COVID-19.
Já se suspeitava que o coronavírus afeta a regulação da perfusão pulmonar, fato comprovado em angiotomografias computadorizadas.
Pesquisadores da Universidade de Valparaíso, no Chile, publicaram na revista norte-americana Critical Care, trabalho que avalia a eficácia da sildenafila oral no tratamento de pacientes internados com COVID-19 que apresentam anormalidades de perfusão nas tomografias.
Um ensaio triplo-cego, randomizado e controlado por placebo foi realizado no Chile em um hospital terciário capaz de fornecer tomografias no local e suporte ventilatório quando necessário, entre agosto de 2020 e março de 2021.
No total, 82 adultos foram admitidos ao pronto-socorro com infecção confirmada por RT-PCR ou altamente provável, e tomografias realizadas dentro de 24 h da admissão mostrando anormalidades de perfusão em áreas de parênquima pulmonar bem aerado.
42 foram excluídos e 40 participantes inscritos e randomizados (proporção 1:1),uma vez hospitalizados.
O grupo de intervenção ativa recebeu sildenafila (25 mg por via oral três vezes ao dia por sete dias), e o grupo controle recebeu cápsulas de placebo idênticas da mesma forma.
Os desfechos primários não foram diferentes nos parâmetros de oxigenação medidos diariamente durante o acompanhamento.
Os pacientes no braço da sildenafila apresentaram um tempo médio de internação significativamente menor do que o grupo placebo.
Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros de oxigenação, mas o tratamento com sildenafila pode ter um papel terapêutico potencial em relação à necessidade de ventilação mecânica em pacientes com COVID-19 com padrões de perfusão específicos nas tomografias.
Os autores declararam que um estudo em larga escala é necessário para confirmar os resultados iniciais apresentados.
