Calamidade na Educação exige ATITUDE imediata

Roda Viva – Tribuna do Norte – 20/09/23

Nos últimos dois anos, esta Tribuna do Norte repetiu, mais ou menos, a mesma manchete para noticiar um mesmo fato que não deixa dúvidas:

– “RN É O PIOR ESTADO DO BRASIL EM POLÍTICA DE ALFABETIZAÇÃO.” E a complementação: “Dentre os 26 Estados e o Distrito Federal, os números do RN apontam para o cenário mais negativo neste nível de educação.” Destaque: –  os dois casos aconteceram quando o Governo do Rio Grande do Norte tem na chefia um profissional de educação. Professores, muitos ocuparam o posto. Mas é preciso estabelecer uma diferença entre “profissional de educação” e “professor”.

Fátima Bezerra é profissional de educação porque não tem outra fonte de renda. Das dezenas de Professores/Governadores, nenhum tinha no magistério sua única fonte de renda, ao contrário de Fátima. Sem querer diminuir o papel de um nem de outro, o estabelecimento da diferença é feito por quem só depende da profissão de Professor, ou por quem tem outras fontes e o salário de professor é tido como um “bico.

Mesmo quem não tem maior compromisso profissional com o ensino não está isento de inúmeras responsabilidades com a educação, que significa compromisso com o futuro do nosso povo. A questão da qualidade do ensino é de todos, seja qual for sua profissão e suas fontes de rendas.

RN LANTERNINHA

Encimado por uma frase que reforça a situação o jornal destaca: – “MEC aponta que apenas 14 das 167 cidades do RN possuem política de alfabetização”.

Eis o relato da Tribuna: “O Rio Grande do Norte é o pior estado do Brasil em termos de política de alfabetização. Segundo dados do Ministério da Educação, dos 167 municípios, apenas 14 apresentam uma política própria de alfabetização. Além disso o RN é uma das 10 unidades federativas do país que não implementaram uma política independente.”

No RN, apenas 8% dos municípios formularam uma política de alfabetização. Foi o pior índice do País. Estados nordestinos como Sergipe, tem um índice de ensino três vezes maior que o RN. Além disso, 63% dos governos estaduais formularam suas políticas educacionais independentes.

BONS EXEMPLOS

Vários países e estados, em todo o mundo, têm colhido os bons frutos de priorizar a educação como um meio de alcançar o crescimento harmônico e o desenvolvimento sustentável.  Aqui estão alguns exemplos de lugares que têm sido elogiados por suas políticas educacionais e que experimentaram crescimento econômico e social positivo como resultado:

Cingapura: Cingapura é conhecida por seu sistema educacional de alto desempenho, que enfatiza o rigor acadêmico, a inovação e a igualdade de oportunidades. A ênfase na educação ao longo da história de Cingapura ajudou o país a se transformar de uma nação em desenvolvimento e dono de uma economia avançada.

Finlândia: A Finlândia é frequentemente citada como um modelo de sucesso em educação. O país adota uma abordagem holística, com foco na qualidade dos professores, igualdade de acesso à educação e um currículo equilibrado. Essas políticas contribuíram para altos níveis de alfabetização e desempenho acadêmico, bem como uma sociedade mais igualitária.

Estônia: A Estônia é um exemplo notável de um país que investiu fortemente em educação e tecnologia. Sua abordagem de “e-Estônia” incluiu a digitalização de serviços públicos e um currículo de educação focado em ciência da computação e tecnologia. Isso ajudou a transformar a Estônia em uma economia digital de sucesso.

Coreia do Sul: A Coreia do Sul é outro exemplo de um país que valoriza a educação como um meio de crescimento harmonioso. O governo sul-coreano investiu pesadamente em educação, promovendo um ambiente altamente competitivo e enfatizando a importância da matemática, ciências e tecnologia. Isso contribuiu para o rápido crescimento econômico do país.

Canadá: O Canadá é elogiado por seu sistema educacional inclusivo e de alta qualidade. O país valoriza a educação como um investimento fundamental. Sua abordagem multicultural e foco na educação pós-secundária contribuíram para a diversificação da economia e o crescimento sustentável.

Estado de Massachusetts, EUA: Dentro dos Estados Unidos, o estado de Massachusetts é frequentemente citado como um exemplo de uma jurisdição que prioriza a educação e colhe os benefícios econômicos disso. Com algumas das melhores escolas públicas e instituições de ensino superior do país, Massachusetts atrai empresas de tecnologia e inovação, impulsionando seu crescimento econômico.

Vale destacar que não se conhece uma “fórmula mágica”, mas é importante observar também que não existe uma “fórmula única” para o sucesso na educação e no crescimento harmônico. No entanto, esses exemplos ilustram como o investimento na educação pode ser um componente vital para alcançar o desenvolvimento econômico e social sustentável. Para não aumentar a nossa “vergonha” tem o exemplo do Ceará, nosso vizinho, que não teve aqui o merecido destaque.

NÃO DÁ PARA ESPERAR

Neste lembrete (ou cobrança) temos de começar como da primeira vez em que o RN foi apresentado como detentor da pior qualidade de ensino do país. E qual a resposta do governo da Professora Fátima? – Resposta em pedra e cal, a fórmula dos seus antecessores. O Governo do Estado anunciou a construção de inúmeros edifícios, alguns – até – dentro de novos projetos.

Mas faltou a essência: – A qualidade do ensino. E o RN tem um exemplo, muitas vezes lembrado pela própria Fatima: “De pé no chão também se aprende a ler,” do prefeito Djalma Maranhão, desenvolvido há mais de 50 anos desenvolvido em cabanas cobertas de palha, com chão de terra batida.

Muito mais que prédios, esse estado de calamidade do nosso ensino, exige ação, inteligência, vontade política. A hora é de juntar todas as forças vivas para mudar essa situação. É o principal desafio – agora – para a profissional de ensino Fátima Bezerra, Governadora do Rio Grande do Norte. – A hora é de mobilização de todas as forças possíveis. – Não dá mais para esperar!