CIÊNCIA EM DESENCANTO II
Há dois anos, no auge da grande onda da maior das epidemias, uma droga recebeu a láurea da mais desacreditada de todas, desde as infusões de cascas de salgueiro do Dr. Hipócrates, recomendadas para baixar febre e amenizar dores.
A Hidroxicloroquina, o remédio execrado por cientistas, políticos e jornalistas, tem agora sua eficácia comprovada em trabalhos científicos rigorosos sob a chancela do Departamento de Epidemiologia da Universidade de Harvard.
A Ciência nunca negou reconhecimento e honras aos que abrem os piquetes para seu séquito passar.
Muitas vezes tarda.
Mas não falha.
Não fossem os ousados e destemidos de incompreensões, não teríamos seguido as recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Lave as mãos.
Use álcool em gel.
Guarde distância.
Corra para o hospital mais próximo, quando ainda puder.
Em 1840, o Dr. Semmelweiss, na Hungria, notou que as parturientes assistidas pelas parteiras tinham menos infecções que as dos doutos cirurgiões.
As doulas atendiam exclusivamente na maternidade.
Os homens da academia faziam outros procedimentos, e de tão ocupados, não tinham tempo de passar água nas mãos.
Levou mais de meio século para a observação do doutorzinho magiar virar verdade científica aceita pelos professores-doutores.
Em 1982, um patologista desconfiou de uma bactéria sempre presente nas biópsias gástricas e passou a estudá-la junto com um colega cirurgião.
Ninguém acreditou no trabalho apresentado, mesmo depois que um deles num gesto ousado, beirando a insensatez, decidiu beber um meio de cultura com Helicobacter pylori .
Demonstrou que a inflamação gástrica tinha causa infecciosa.
Em 2005, os australianos Warren e Marshall ganharam o Prêmio Nobel de Medicina.
As cirurgias bariátricas já estavam a mil, tratando obesidade mórbida, quando o Profº Walter Pories apresentou sua tese que a incurável Diabetes tipo 2 escafedia-se com a técnica cirúrgica que empregava.
Ouviu muito xingamento de ‘charlatão e enganador’.
Hoje, ex-gordos também não precisam tomar remédios para pressão alta.
Os suecos estão em débito com o abnegado cirurgião da Carolina do Norte. Ele também merece ser premiado.
Foi preciso que o cirurgião cardiovascular francês Ronald Virag injetasse no próprio pênis, um mililitro de Papaverinar para que os urologistas reunidos em congresso, acreditassem que a velha e conhecida droga vasodilatadora poderia ser a solução mais procurada pelos disfuncionantes sexuais.
Em homenagem da indústria farmacêutica, Virag virou Viagra.
E o mundo todo, ficou azul de alegria.
Se não fosse um pouco destabanado e descuidado com a limpeza do laboratório, o Dr. Alexander Fleming não teria descoberto a penicilina.
Mas isso é outra história.
Serendipity.
Parabens Domicio Arruda, Aqui nesse blog nao por vc, mais por outros essa medicaçao era demonizada, sabendo esperar as boas noticias sempre aparece.