4 de maio de 2024
Opinião

Corrida pela energia limpa vai mudar toda a economia

Roda Viva – Tribuna do Norte – 13/12/23

A próxima fronteira energética determinada em escala mundial pela consciência de salvação do planeta através do estabelecimento de uma nova realidade capaz de substituir os combustíveis fósseis em automóveis, aviões e fábricas, e coloca o hidrogênio verde numa posição de destaque nessa corrida de reconfiguração econômica mundial, que já começa a acontecer.

O Brasil é privilegiado e tem condições para liderar essa disputa, por ter os principais elementos em abundância: água, sol e vento em grandes quantidades, e uma matriz majoritariamente de energias renováveis.

Nosso Rio Grande do Norte, neste quadro, desponta como um dos melhores lugares no mundo na produção de energias renováveis e de produtos verdes (Power-to-X).

Porém, o crescimento desse setor no RN é dificultado pela inexistência de uma infraestrutura exclusivamente dedicada a tirar proveito dessa vantagem. Foi para remediar isso que o grupo de pesquisa Inovação de Produtos e Processos para Energias Renováveis (Creation), vinculado ao Centro de Tecnologia (CT), estudou e desenvolveu o modelo conceitual de um porto-indústria verde para o estado.

TEMPO DE TRANSIÇÃO

A transição para energias renováveis é um processo global que envolve a mudança da dependência de fontes de energia não renováveis, como combustíveis fósseis, para fontes de energia sustentáveis e ambientalmente amigáveis. Essa transição é impulsionada por preocupações com as mudanças climáticas, segurança energética e a busca por formas mais limpas e sustentáveis de atender à crescente demanda por energia. Aqui estão alguns pontos relacionados à transição para energias renováveis, apresentado num breve estudo de respeitáveis estudiosos acadêmicos brasileiros apresentados em seis pontos:

Energias Renováveis Principais:

Solar: A energia solar é obtida através da captura da luz do sol por meio de painéis fotovoltaicos ou coletores solares térmicos.

Eólica: A energia eólica é gerada pela conversão da energia cinética do vento em eletricidade por meio de turbinas eólicas.

Hidrelétrica: A energia hidrelétrica é produzida pela conversão da energia da água em eletricidade por meio de barragens e turbinas.

Biomassa: A biomassa envolve o uso de materiais orgânicos, como resíduos agrícolas e florestais, para gerar energia, havendo um bom exemplo local na indústria álcool-açucareira..

Políticas e Incentivos:

Muitos países implementaram políticas e programas para incentivar o uso de energias renováveis. Isso pode incluir subsídios, tarifas de alimentação, metas de energia renovável e regulamentações para reduzir as emissões de carbono.

Desenvolvimento Tecnológico:

Avanços tecnológicos têm desempenhado um papel crucial na redução dos custos e no aumento da eficiência das energias renováveis. Isso inclui melhorias em painéis solares, turbinas eólicas, armazenamento de energia e tecnologias de grade inteligente.

Desafios e Barreiras:

Apesar do progresso, existem desafios, como a intermitência das fontes renováveis (como sol e vento), a necessidade de armazenamento de energia eficiente e a infraestrutura existente baseada em combustíveis fósseis.

Descarbonização e Metas Ambientais:

A transição para energias renováveis está alinhada com esforços para descarbonizar a economia e alcançar metas ambientais, como aquelas estabelecidas nos Acordos de Paris sobre mudanças climáticas.

Investimentos Globais:

Houve um aumento significativo nos investimentos globais em energias renováveis, tanto do setor privado quanto de governos. Isso inclui investimentos em pesquisa, desenvolvimento e implementação de tecnologias sustentáveis.

A conscientização pública sobre os impactos ambientais das fontes de energia convencionais tem aumentado, levando a uma maior aceitação e demanda por soluções baseadas em energias renováveis.

Como já foi referido, a transição para energias renováveis é um processo complexo que envolve múltiplos “stakeholders”, incluindo governos, empresas, comunidades locais e consumidores. É um esforço contínuo para equilibrar as necessidades energéticas com a preservação do meio ambiente e a mitigação das mudanças climáticas.

O JOGO JOGADO

Estudo de respeitada consultoria japonesa mostra que já existe no Brasil, pelo menos, 80 projetos em estudo ou desenvolvimento, com a expectativa dos primeiros empreendimentos alguns previstos para começarem a operar já no ano que vem, com a capacidade de geração de 800 mil empregos. Segundo o Ministério de Minas e Energias, a soma dos investimentos aprovados já atinge os US$ 30 bilhões, fundamente em hidrogênio de baixa emissão de carbono.

Grandes nomes como Shell, White Martins, Petrobrás, Vale, Enrgie e Raizem aparecem em muitos desses projetos.

Quem estuda a matéria trabalha com a expectativa de que a demanda por H2V triplique até 2050, com China, Estados Unidos e União Europeia respondendo por mais da metade do consumo.

Uma famosa consultoria alemã revela que o Brasil pode se tornar o maior produtor de H2V e alcançar uma receita anual de US$ 10 bilhões a partir de 2025, dos quais, 100 bilhões com exportações.

Esta é a corrida pela descarbonização, que já começou. E pode antecipar um futuro mais tranquilo para o Brasil e para o nosso Rio Grande do Norte.

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