CPI da COVID: O que esperar do ex-Secom Fabio Wajngarten
A imprensa nacional está dividida sobre o depoimento do ex-secretario de Comunicação Fabio Wajngarten daqui a pouco na CPI do Senado que apura a condução da pandemia do Coronavirus.
Depois de uma entrevista polêmica à revista Veja, o ex-Secom deixou claro que o presidente Jair Bolsonaro poderia ter comprado vacinas anti-Covid em 2020 e optou por não fazer.
Segundo Mônica Bergamo da Folha de São Paulo, ele deve tentar poupar o general Eduardo Pazuello.
Contrariando expectativas de senadores, ele buscará não responsabilizar diretamente o ex-ministro da Saúde pelo que define como incompetência e ineficiência na compra de vacinas contra o coronavírus.
Wajngarten tentará limitar seu depoimento ao relato do que fez para agilizar a compra de imunizantes pelo governo federal —sem sucesso.
O ex-secretário deve depor acompanhado pelo advogado Daniel Bialski.
O OUTRO LADO – RAZÕES PARA SE PREOCUPAR
Já Lauro Jardim , do Globo, explica o porquê da preocupação do Palácio do Planalto com o dia de hoje.
Só que, estourado e falastrão, Wajngarten é uma preocupação ambulante para ministros do Palácio do Planalto, que temem que ele envolva mais ainda Jair Bolsonaro em problemas.
Em seu depoimento, Wajngarten insistirá que o culpado pela falta de vacinas no Brasil é Eduardo Pazuello — ou ao menos o culpado pelo fato de o Brasil não ter comprado vacinas da Pzifer no ano passado. Só que não há hipótese de Bolsonaro ficar fora desse rolo.
Afinal, segundo o próprio Wajngarten, o próprio Bolsonaro deu o o.k. para que ele, então chefe da Secom, negociasse a compra de vacinas com a Pfizer.
Há, portanto, no governo o temor de que o depoimento de Wajngarten seja um tiro no pé semelhante ao dado por Duda Mendonça à CPI dos Correios em 2006.