CURSO NA QUARENTENA

Por mais experiência que se tenha acumulado ao longo da vida, não se deve desistir  de aprender.

Mesmo com a bem-vinda aposentadoria, sempre sobra lugar e necessidade para mais conhecimento.

É recomendado que todos possam fazer  um curso de pós. Depois de todos que já tenha feito.

O mais procurado, disponível a qualquer um, é gratuito e ministrado em todas as cidades, vilas, povoados e até, isoladamente, nos lugares mais ermos.

É exigido um único pré-requisito mas os que não dispõem de forma natural, podem adquirí-lo por adoção.

Quem é aceito, logo percebe sua grandeza.

Diferente de todos que tenha cursado, este prende a atenção e o interesse, como nenhum outro.

Muitos gostariam até que estivessem disponíveis em tempo integral.

Os objetos de estudo e os pequenos grandes mestres, muitas vezes moram muito longe dos alunos, sem que este fato indesejado traga prejuízos para a grade curricular.

Há até aspectos positivos, com estímulo para complementá-los em períodos de férias, festividades e grandes saudades.

Com taxa de desistência no zero absoluto, pesquisas já comprovaram que os participantes nunca terminam o conteúdo, com sucessivas adições de novas matérias, mantido o mesmo entusiasmo.

Alunos  mais velhos sentem prazer em trabalhos práticos em parques, praças e viagens de aprendizado, no campo e até por outras cidades.

A suspensão das aulas presenciais pela pandemia, trouxe enorme frustração para quem não era afeito ao isolamento e aos recursos da educação à distância.

A falta do contato pessoal pode até estar causando alguma depressão no alunato mas tem servido de estímulo para novas aprendizagens.

Idosos são os que mais têm utilizado as ferramentas de comunicação visual à distância.

Eles aproveitam os modernos recursos da comunicação como coisas do seu tempo. O tempo do agora.

Já viraram experts em videoconferências, chats e chamadas de vídeo em grupos de WhatsApp.

Pouquíssimos têm a sorte de cursar mais de um, uma espécie de aperfeiçoamento, disponível para maiores de oitenta anos. Se bem que haja registros raros, de ingressos de sessentões.

A fase de maior aquisição de conhecimentos coincide com a que se compartilha mais o que aprendeu por toda a vida.

Uma troca mágica.

Os jovens professores são incansáveis. E criativos.

São mestres no ensino de novas palavras e dos novos significados das velhas.

Um deles, catedrático aos cinco anos de idade, ligou a TV para a aula gravada do Profº Avatar que assistiria pela 35ª vez, fazendo logo uma exigência a um dos monitores domésticos em trabalho home office.

–Pai, coloca o filme em Natauês.

Aluno pós-graduando já tenho o que preparar para discutir com meu querido professorzinho quando essa chatice de férias forçadas acabar.

Vamos desvendar todos os mistérios desta nossa língua Natal.