6 de maio de 2024
Imprensa Nacional

DataFolha mostra estabilidade na polarização e decisão por ser de mulheres, pobres e evangélicos

Por Maria Cristina Fernandes no Valor 

O Datafolha divulgado nesta quinta-feira (22) confirma a tendência de alargamento na dianteira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o presidente Jair Bolsonaro a partir da consolidação da vantagem petista no núcleo duro de seus redutos eleitorais.

Lula cresceu três pontos percentuais entre mulheres (de 46% para 49%), quatro entre jovens de 16 a 24 anos (de 50% para 54%), dois entre eleitores com nível fundamental (de 54% para 56%) e cinco pontos entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (de 52% para 57%).

Bolsonaro se manteve estável entre mulheres (passou de 28% para 29%) e eleitores com ensino fundamental (de 27% para 26%), mas perdeu quatro pontos percentuais entre jovens (de 28% para 24%) e três no segmento de eleitores que ganham até dois salários mínimos (passou de 27% para 24%).

Os números sugerem que o avanço de Lula entre as mulheres não se deu às custas da fatia de Bolsonaro, mas entre indecisos. Já entre os mais pobres e jovens, o avanço lulista é acompanhado pelo recuo bolsonarista.

Se Lula avançou no seu núcleo duro, Bolsonaro manteve o seu, mas sem avanço. Entre os evangélicos, o presidente mantém a vantagem, mas avança apenas um ponto percentual (tem 50% hoje) enquanto Lula se manteve com 32%.

Além da estagnação, o problema para o presidente é que segmentos em que Lula tem seus redutos, como mulheres e eleitores de até dois S.M. correspondem a mais da metade daqueles que vão às urnas em 2 de outubro, enquanto os evangélicos correspondem a um quarto do eleitorado.

O maior nó da campanha lulista na reta final parece ser São Paulo.

O candidato petista ao governo, Fernando Haddad, tem 11 pontos percentuais a mais que o segundo colocado, Tarcísio de Freitas, mas sua curva é declinante. Em um mês, perdeu quatro pontos percentuais, enquanto Freitas, que é o candidato bolsonarista só cresce.

No mesmo período, cresceu sete pontos percentuais, um ganho que só perde para o do candidato tucano, o governador Rodrigo Garcia, que ganhou oito pontos no período.

O desempenho de Haddad naquele que é o maior colégio eleitoral do país se reflete no estreitamento da vantagem lulista no Sudeste. Era de nove pontos há um mês. Hoje é de cinco.

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