De Juruna a Guajajara 40 anos de índios na política
Roda Viva – Tribuna do Norte – 27/112/22
Quarenta anos depois de Mário Juruna (batizado Mario Dzurna Butzé), sair de sua aldeia em Barra do Garças, no Mato Grosso, munido de um único adereço: um gravador K-7, de pilha, para reproduzir a palavra do homem branco com suas promessas. Aos 39 anos, iniuciou uma fulminante carreira política no Rio de Janeiro. Com a adoção do “voto vinculado”, elegeu-se deputado federal atrelado a Leonel Brizola. E ainda viveu 20 anos dedicado aos vícios da carne que aprendeu com o homem branco.
Agora, Sônia de Souza Silva Santos, 48 anos, criada e educada pelo homem branco, retomou sua identidade de Guajajara (Maranhão), portadora de dois diplomas: Letras e Enfermagem. E um novo nome: Sonia Guajajara, passando a desfilar uma coleção de cocares, feitos com penas de aves de diversas cores, e elegeu-se deputada federal pelo PSOL de São Paulo com 156. 966 votos. Em tempo: cocares muito semelhantes aos usados pela Deputada estão à venda no site Marcado Livre, por R$ 200,00 em média.
