27 de abril de 2024
Coronavírus

DEFEITOS COLATERAIS

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Nunca tantos ouviram tanto e aprenderam tão pouco sobre um  assunto, quanto em relação à vacina.

A Ciência fez a parte dela.

Desenvolveu em tempo recorde, fora de qualquer previsão mais otimista, imunizantes já provados, de relativa segurança e eficácia.

A expectativa, na longa espera, era que ao final, o túnel seria feericamente iluminado.

O resto, apenas detalhes de logística, distribuição e aplicação das doses.

Não é o que se tem visto mundo a fora.
Os meios de comunicação também têm feito a parte deles.

Nos Estados Unidos, país com maior número de casos e óbitos, tão cedo o azimute político encontrou um norte sensato, a imunização foi acelerada e metas por mais ambiciosas que parecessem, batidas, dilma  e sucessivamente, dobradas.

Quando tudo aparentava no rumo certo, começaram a ser detectados desvios do planejado.

A procura aos pontos fixos de vacinação diminuiu. O mesmo ocorreu com os postos instalados em drive thrus.

Passaram então, a ser também aplicadas em farmácias.

Tudo grátis.

As filas sumiram.

Agora, surge  uma preocupante observação.

Dos que deveriam receber a segunda dose, contados em milhões, simplesmente não apareceram.

Em algumas cidades, o no show é de até a metade do público esperado.

Das razões apresentadas, a maioria,  por receio de apresentar reações maiores que tiveram da primeira vez.

Outros, por já se considerarem suficientemente protegidos.

Os meio-imunizados estão sendo caçados.

O trabalho de convencimento, por telefone,  recebe ajuda de uma ampla campanha publicitária, em inglês e espanhol, para aumentar a confiança da população.

No Brasil, vice-campeão absoluto em índices negativos, não se repete o mesmo comportamento.

Talvez, pelo recebimento dos imunizante em  remessas fracionadas, restritas aos grupos prioritários e as trapalhadas das aplicações, fizeram da vacina,  um troféu particular, que quando conquistado, liberta as proibições.

Não foi passada nem percebida a noção que a vacinação é um bem coletivo.

Seu objetivo é erradicar da face (globosa ou plana) da terra, a doença mais universal e democrática de todas.

Quem passou oito horas numa fila, precisa saber que seu esforço só dará resultado se a maioria da população tiver a mesma oportunidade e  persistência.

O mesmo vale para países que encomendam, com pagamentos antecipados, vacinas em números multiplicados dos habitantes.

Toda esta opulência de anticorpos não os livram da insegurança.

Por maior que seja o controle das suas  fronteiras.

O vírus já mostrou que é mais complexo, imprevisível e sábio.

O que se conhece dele, não permite que sejam proclamadas verdades definitivas a seu respeito.

Entre as incontáveis mensagens que  já mandou, uma só não é decifrada por quem não quer.

A pandemia jamais será vencida pelo egoísmo.

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One thought on “DEFEITOS COLATERAIS

  • Seu texto é a verdade nua e crua. Somos atingidos por um mal maior do o coronavírus. A velhíssima falta de educação, sem ela nada prospera. Meu saudoso pai, semi alfabetizado, me dizia muitas vezes: Estude para virar virar gente e não ter de puxar cobra para os pés. Deu certo.

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