16 de maio de 2024
Nota

Desembargador que negou remarcar audiência porque “gravidez não é doença” recuou e pediu desculpas

O bom senso teve folga, mas ainda bem que retornou para o Tribunal Regional do Trabalho da região do Amapá e Pará. 

O desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho, da 4ª turma, do TRT-8ª Região, que negou ontem a uma advogada gestante o direito de adiar a sessão, apesar de ter sido alertado que o parto poderia ocorrer na hora e dia da audiência?

O magistrado disse que “gravidez não é doença” e que a advogada poderia ter mandado um substituto.

No mesmo dia, após a sessão, percebendo a repercussão de sua decisão, o magistrado pediu desculpas:

“Em mais de quarenta anos de magistratura e com a dedicação de outros mais de quarenta anos também ao magistério superior, impossível não cometer erros, mas imprescindível reconhecê-los para podermos seguir a eterna estrada do aprendizado.” Leia o texto na íntegra: 

Revendo novamente a filmagem, verifiquei que minha manifestação foi profundamente indelicada e infeliz, e gostaria de oferecer minhas mais sinceras desculpas não somente à Dra. Suzane Odane Teixeira Guimarães, mas a todas as Sras. Advogadas que tenham se sentido ofendidas com minhas palavras. 

Prosseguiu-se o julgamento que seria (como foi) favorável à ilustre advogada. Limitei-me a partir de então a proclamar o resultado do julgamento, favorável aos interesses patrocinados pela D. Advogada.

Até mesmo em respeito às mulheres de minha vida (minha falecida mãe, minha mulher, minha filha, minha nora e minha neta), lamento profunda e sinceramente pelo ocorrido e reitero meu respeito a todas as mulheres profissionais que não medem esforços a cumprir com a difícil missão de observarem suas jornadas múltiplas. 

Quem me conhece minimamente sabe que sou fervoroso e permanente defensor da mulher e seus direitos. Reitero-me firmemente minhas desculpas a Dra. Suzane Odane Teixeira Guimarães. Cumprimento a todos os leitores deste pedido de desculpas.”

Fonte: Ancelmo Gois para o Globo 

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