Diálogo aberto com Kassab e Jácome: Jean Paul pode migrar para o PSD e candidatura avulsa ao Senado é possibilidade
Preterido pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), na chapa majoritária que irá disputar as eleições em outubro, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) abriu um racha no partido.
O parlamentar negocia migrar para o PSD, de Gilberto Kassab, para tentar a reeleição no Estado.A movimentação começou após a governadora, com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comunicar ao petista que havia escolhido o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) para a disputa.
Prates era suplente de Fátima Bezerra antes de assumir o mandato no Senado, mas agora poderá disputar contra o candidato dela.
Nos últimos dias, Jean Paul Prates conversou tanto com Kassab quanto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a mudança de partido.
O nome dele agrada ao PSD, já que a sigla perdeu seu principal candidato ao Senado no Rio Grande do Norte, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que deve mudar para o PP.
Além disso, o partido pretende eleger a maior bancada da Casa para tentar assegurar a recondução de Pacheco à presidência no biênio que terá início em 2023.
O senador petista ficou em evidência recentemente quando se destacou ao assumir a relatoria do “pacote de combustíveis”, que foi aprovado pelo Senado. JEAN PAUL DESCARTA SER CANDIDATO A DEPUATDO FEDERALApesar de ser um quadro novo da legenda, Jean Paul Prates rejeita disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, o que travou as negociações por uma solução amigável.
Um dos motivos é que o PT já tem um nome forte para a Câmara Federal, a deputada Natalia Benevides. JEAN PAUL DESCARTOU MINISTÉRIO EM PRETENSO GOVENRO LULAO Valor apurou que, diante do impasse, o PT chegou oferecer um possível cargo para Prates numa eventual gestão Lula.
Por ser especialista no mercado de petróleo e gás, o senador poderia ganhar um posto importante na direção da Petrobras ou no Ministério de Minas e Energia. A oferta, no entanto, não agradou.
Prates se sentiu desamparado pelo partido. O assunto foi discutido entre Prates e o próprio ex-presidente Lula, que teria compreendido os anseios do senador, apesar de não ter interferido no conflito.
LULA QUER ALIANÇAS MAIS AMPLAS EM TODOS ESTADOS E DEU AVAL A CARLOS EDUARDO SENADOR
Do lado de Fátima Bezerra, a explicação é que a escolha por Carlos Eduardo Alves para concorrer ao Senado teve o aval de Lula. Inicialmente, o petista havia sugerido o nome de Garibaldi Alves, cacique do MDB local.
Ele negou o convite alegando não ter mais disposição. Preferiu disputar uma vaga na Câmara Federal.
A estratégia da governadora de vetar o nome do senador Jean Paul Prates para se aliar a um potencial adversário na disputa pelo governo deixou a oposição travada.
Até o momento, o ministro Rogério Marinho (PL), que vai concorrer ao Senado, ainda não sabe quem vai figurar na cabeça de chapa. Um dos nomes cotados é o do presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira (PSDB).
Nos bastidores petistas, o entendimento é de que o senador Jean Paul Prates nunca conseguiu se viabilizar eleitoralmente. Suplente de Fátima Bezerra no Senado, assumiu a vaga em 2019 quando a governadora iniciou o mandato.
Na semana passada, em conversa com Prates, a governadora elencou os motivos que a levaram a preferir Carlos Eduardo Alves na chapa.
Aliados da petista acreditam que o movimento também deixa o prefeito de Natal, Álvaro Costa Dias (PSDB), em situação delicada. Estimulado a deixar a prefeitura para concorrer ao governo, ele teria que passar o bastão para a vice-prefeita, Aila Cortez (PDT). Ela é bastante ligada a Carlos Eduardo Alves. O MDB no Rio Grande do Norte ainda não embarcou oficialmente no palanque da governadora. A sigla passou a reivindicar a vaga de vice. A ideia era colocar o deputado federal Walter Alves, filho de Garibaldi Alves. A governadora tem resistido e quer manter seu vice, Antenor Roberto (PCdoB).
No arranjo eleitoral, Garibaldi Alves vai disputar vaga na Câmara Federal e o filho, Walter Alves, a assembleia legislativa. Há acordos com o governo estadual para, se eleito, assumir a presidência da Assembleia Legislativa.
TL CONTA MAIS E FAZ AUTOCRÍTICA
O Valor furou toda a mídia local que há dias só olha para um lado; o descer ou não do muro do presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB).
O movimento do senador Jean Paul mexe com o favoritismo absoluto da chapa da Governadora Fátima Bezerra (PT).
E é real que ele já teve conversas com o PSD nacional através do próprio presidente Gilberto Kassab, que hoje pouco tem a perder no Rio Grande do Norte, vez que já perdeu Fábio e Robinson Faria para o Bolsonarismo.
Ou seja, sendo para ambas as partes, a possibilidade de match é real.
Mas JPP também já teve conversas com os Jácome- Jacó e Antônio – atuais comandantes da legenda no RN e sinalizou a possibilidade real de se filiar à legenda e disputar à reeleição, mesmo que o grupo não tenha um candidato ao Governo do Estado.
Por fim, no íntimo, JPP sonha contar com a militância do PT descontente com a aliança imposta de cima para baixo com o ex-prefeito Carlos Eduardo.
Resta saber se com isso não apenas racha o grupo anti-bolsonarista potiguar ou fará sombra ao presidente do PDT em se tornar Senador.
Se for a primeira opção, ponto para o ministro Rogério Marinho, que terá seu principal adversário estocado substancialmente na base.
Ele está certo, deve buscar outros caminhos o eleitor que deve decidir se renova ou não o mandato dele como senador e não a governadora Fátima que deu uma rasteira nele.